Foram os Beatles que se aventuraram pela primeira vez em vídeos musicais promocionais que, apesar de não serem considerados videoclipes de fato, serviam para que eles pudessem aparecer em mais programas de TV sem terem que ir ao vivo nos estúdios. Nos anos 70, o marco foi o lançamento de Bohemian Rhapsody, do Queen, considerado o primeiro videoclipe produzido com o objetivo claro de divulgar um disco. Deu certo – A Night of the Opera, de 1975, ficou no topo das paradas britânicas logo que foi lançado. Mas o auge mesmo dos videoclipes foi nos anos 80, com a estreia da MTV. O primeiro exibido foi Video Killed the Radio Star, do The Buggles.
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No começo da década, as produções eram uma mera colagem de imagens e não havia a preocupação de trazer uma narrativa. Com a popularidade conquistada graças à emissora, as gravadoras começaram a investir mais nos vídeos. Daí vieram sucessos como Thriller, de Michael Jackson (1983) e Freedom! ’90, de George Michael (1990), dirigido por David Fincher, que depois faria o filme Clube da Luta.
Aliás, linguagens do cinema e do documentário são apropriadas por videoclipes. O diretor Michael Moore, diretor dos documentários Tiros em Columbine e Cara, cadê meu país?, dirigiu o clipe Boom, de System of a Down, que trouxe várias imagens de manifestações pela paz ao redor do mundo. Já o clipe de Born Free, de M.I.A., foi dirigido por Romain Gravas, filho do cineasta Constantino Costa-Gavras. A produção, de quase dez minutos, chegou a ser censurada pelo Youtube por trazer cenas de violência contra ruivos, em uma alusão à repressão das minorias e ao estado policial.
No Brasil, a MTV chegou em 1990 e estreou a programação com Marina Lima interpretando Garota de Ipanema. Mas o primeiro clipe a passar na TV foi América do Sul, de Ney Matogrosso, transmitido pelo programa Fantástico ainda em 1975. Em Santa Catarina, as primeiras produções foram realizadas e transmitidas pela RBS TV nos anos 80 e 90, em antigos programas como o Sul Encanto e o quadro Nossos Músicos, do Jornal do Almoço, que intercalavam músicas e entrevistas.
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— Escolhíamos quem estava se destacando em Florianópolis e nas regiões onde a emissora tinha sucursais. Era muito intuitivo, tínhamos apenas o tempo de 2h ou 3h de gravações externas para fazer o videoclipe. Era difícil trabalhar com música, muitos produtores do telejornalismo não tinham essa visão que a gente tinha e não queriam apostar nisso. Mas a gente sempre tentava fazer uma coisa diferente, dentro dos limites — relembra a produtora Maria Rosa Souza.