Todos os dias, há muito trabalho a ser feito no galpão da Associação Ecológica de Recicladores e Catadores de Joinville (Assecrejo), criada em 2001 no bairro Aventureiro. Ali, trabalhadores separam os materiais recolhidos pelo caminhão da coleta seletiva da Ambiental. Segundo o presidente da associação, Severino Nunes, os materiais separados são vendidos para intermediários, que posteriormente negociam com a indústria. Todos os meses, o valor das vendas é dividido igualmente entre os associados. Uma parte também é separada para o caixa da associação.
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As mulheres são a maioria na Assecrejo. Entre elas, está Jovina Maria de Jesus, de 51 anos, moradora do Aventureiro. Há 15 anos trabalhando no galpão, é dali que ela garante o sustento da família. Ela conta que o salário que recebe ajudou a pagar a mensalidade da faculdade do filho mais velho, formado em logística. Jovina criou sozinha os três filhos do primeiro casamento. Desempregada na época, diz que chegou ao galpão chorando atrás de uma oportunidade.
– Eles me acolheram e estou aqui até hoje.
Jovina espera que as pessoas se conscientizem e passem a reciclar o lixo doméstico, já que esta prática ajuda na geração de empregos. Ela e o atual marido, José Zenildo Cidral, de 48 anos, já fazem isso na casa deles, toda a semana. Há pouco mais de um ano, José também passou a trabalhar na associação.
Atualmente, o lixo reciclado de Joinville é dividido entre a Assecrejo e outras três cooperativas credenciadas e postos avançados de coleta no Aventureiro e no distrito de Pirabeiraba. Nestes locais, cerca de 1,2 mil recicladores selecionam os materiais levados pela Ambiental. Em geral, separam-se papelão, latas de alumínio e garrafas plásticas (PETs). O material de rejeito, que não interessa à indústria – cerca de 20% do total –, é encaminhado para aterros sanitários.
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Segundo Severino, a Ambiental descarrega 6,4 toneladas de materiais diariamente. Infelizmente, nem tudo que chega ali é reaproveitado. Uma tonelada por dia é de rejeito. Isso acontece porque muitas pessoas não separam corretamente o lixo doméstico. De acordo com o presidente da entidade, atualmente, o salário mensal dos associados varia entre R$ 1,5 mil e R$ 1,8 mil e ajuda na renda de 21 pessoas, que chegam a trabalhar dez horas por dia.
– Aqui se trabalha muito. Considero um trabalho enriquecedor – orgulha-se Severino, que trabalha na Assecrejo há seis anos e foi eleito presidente pelos associados.
*Alex cursa jornalismo no Bom Jesus/Ielusc e é estagiário no ‘A Notícia’