Uma abordagem histórica

A história do município de Mafra assenta sobre dois aspectos: primeiro a história da construção sociocultural, e em segundo a história política. A construção sociocultural do homem mafrense iniciou há 270 anos, com a abertura da Estrada da Mata, com a denominação mais conhecida de Caminho das Tropas. Por este caminho, não mais que uma vereda riscando o fechado sertão, chegaram na primeira metade do século 18 os pioneiros desbravadores bandeirantes e tropeiros paulistas. Eles encontraram uma rica cobertura vegetal de araucárias, imbuias, cedros e erva-mate e, dentro do sertão, os índios Xokleng e Kaingang.

Com a consolidação da passagem regular de tropeiros pela pequena póvoa, conduzindo animais de Viamão (RS) a Sorocaba (SP), a região começa a despertar para o comércio, além da pecuária. Com o encontro do homem branco com a indígena, surge um terceiro grupo: o caboclo, homem de cultura simples de conhecimentos indígenas.

O caboclo teve forte influência sobre os imigrantes chegados, como alemães, poloneses e ucranianos, sírios e libaneses no século 19 e início do século 20. Estes imigrantes imprimiram e legaram a base econômica da região à agricultura, ao extrativismo, à pecuária e ao comércio de armarinhos, tecidos, confecções e outros produtos.

Com relação à história política, o município é criado em 8 de setembro do ano de 1917. A denominação se deve a uma homenagem feita ao desembargador Manoel da Silva Mafra, que defendeu os interesses de Santa Catarina na questão litigiosa com o Paraná, mais conhecida por Questão Contestada. Com o acordo de limites em 1916, as terras, que estavam sob o domínio do Estado vizinho, ficaram para SC.

Hoje Mafra, um município do Planalto Norte, com clima ameno e próximo aos grandes centros de Joinville e de Curitiba, chama a atenção pela hospitalidade de seu povo. No campo cultural, o município dispõe de um campus da Universidade do Contestado, com cursos de graduação e pós-graduação presencial e na modalidade à distância. Quanto ao setor econômico, destaca-se a estrutura disponibilizada no ramo de máquinas, tratores e implementos agrícolas. O município é um grande produtor de grãos, além de apresentar uma expressiva bacia leiteira.

As pessoas escolhem Mafra para morar devido, em primeiro lugar, ao seu povo, que como os tropeiros, não vive sem as diversidades socioculturais e as suas contribuições. O que complementa os atrativos de Mafra são o clima, a tranquilidade da segurança pública, a proximidade aos grandes centros, além de instituições de saúde com médicos hospitalares de referência.

* Bacharel em história e com mestrado em Educação, o professor da Universidade do Contestado é natural de Mafra