*Por Brian X. Chen
Las Vegas – Goste-se ou não, no futuro tudo estará conectado. Seu próximo carro provavelmente vai se conectar à internet, assim como sua TV e as maçanetas. Um dia, você pode até adotar um companheiro robô capaz de analisar seu ambiente e reagir às suas ações em tempo real.
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Esse futuro, ou pelo menos um vislumbre dele, foi exibido na CES, a imensa feira de eletrônicos de consumo que atraiu mais de 170 mil visitantes aqui no início de janeiro. O evento deste ano – o primeiro foi realizado em 1967 – contou com mais de 4.500 expositores, incluindo grandes e pequenas empresas de tecnologia de todo o mundo, e se estendeu por 269.419 metros quadrados no Centro de Convenções de Las Vegas, no casino Wynn, no Venetian e em um punhado de outros locais ao redor da cidade.

A conferência mostrou o rumo das enormes quantidades de recursos e investimentos da indústria, esperando que as tendências tecnológicas mais interessantes do ano – como assistentes virtuais artificialmente inteligentes, carros conectados e telas dobráveis – acabem se tornando itens básicos em nossa vida.
Para os observadores de tecnologia, a enorme conferência também foi uma oportunidade de fazer previsões sobre as inovações que podem se tornar populares e os gadgets que provavelmente vão desaparecer nos próximos anos.
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Entre as tendências tecnológicas questionáveis estavam as telas dobráveis, demonstradas pela TCL, pela Lenovo e pela Dell, entre outras. A Lenovo mostrou seu ThinkPad X1 Fold, um tablet dobrável com sistema operacional Windows. Desdobrado, ele media 33 centímetros diagonais; dobrado, parecia compacto como um livro.
Isso pode parecer legal, mas nem todo mundo está otimista em relação às telas dobráveis.
Frank Gillett, analista de tecnologia da Forrester Research, previu que os dispositivos dobráveis seriam impopulares, em grande parte por causa de seu alto custo e uso limitado.

Exemplo: o Samsung Galaxy Fold, o primeiro smartphone dobrável custando quase US$ 2 mil, foi um fracasso, após relatos iniciais dizendo que o dispositivo quebrou após pouco uso. O Lenovo X1 Fold vai custar cerca de US$ 2.500 quando chegar este ano. "Os dobráveis serão um fracasso", disse Gillett.
A Amazon e o Google estavam entre os maiores participantes da CES, ambos afirmando que seus assistentes pessoais eram incríveis. O Google disse que seu assistente virtual agora é usado por mais de 500 milhões de pessoas por mês em mais de 90 países.
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No ano passado, o Echo da Amazon, que funciona com a Alexa, dominou o mercado global de alto-falantes inteligentes, com cerca de 25 por cento de participação, à frente do Baidu e do Google, de acordo com a empresa de pesquisa Canalys. E o mercado de alto-falantes inteligentes continua crescendo.
Porém ainda não está claro se os consumidores querem fazer muitas coisas com os assistentes virtuais à medida que estes vão ficando mais inteligentes.
Estudos mostram que as pessoas usam a Alexa e o Google Assistant principalmente para tarefas básicas, como tocar música e verificar o tempo. Pagar pela gasolina (o que a Amazon quer que você faça) soa exagerado.

Mesmo assim, Dave Limp, chefe de dispositivos de hardware da Amazon, estava otimista. Ele disse que mesmo que os usuários da Alexa usem apenas ocasionalmente seus recursos mais avançados, isso ainda é significativo.
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"Os clientes interagem com a Alexa bilhões de vezes por semana. Mesmo uma única coisa que façam já pode ser algo muito grande", disse. Os carros autônomos ainda estão longe de se tornar uma realidade, mas as empresas de tecnologia destacaram recursos que poderiam ajudar as pessoas a dirigir com mais segurança.

A Samsung mostrou um carro equipado com seu processador Exynos Auto V9, que pode executar aplicativos em várias telas e trabalhar com informações de até 12 câmeras. O sistema foi projetado para simultaneamente fornecer entretenimento, como vídeos para os passageiros no banco de trás, e aplicativos de segurança para os motoristas, disse a empresa.
A Amazon também mostrou sua proeza automotiva, exibindo carros da Lamborghini e da startup de automóveis Rivian, que agora incluem as capacidades da assistente pessoal Alexa. Novas características de segurança nos carros podem finalmente acabar sendo as coisas mais práticas e úteis da CES este ano.

Os aplicativos de segurança que alertam os motoristas para veículos em seus pontos cegos ou os ajudam a estacionar automaticamente devem ser um grande benefício para os consumidores, disse Carolina Milanesi, analista de tecnologia da Creative Strategies.
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"Estamos vendo mais preocupações com segurança versus o 'é superlegal, seu carro vem quando você o chama'", disse Milanesi.

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