É hora de governo do Estado, governo municipal e representantes dos órgãos federais (Incra, por exemplo), Judiciário e Ministério Público sentarem em busca de uma solução definitiva.
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É de se perguntar a quem estaria beneficiando esse episódio da chamada Ocupação Amarildo, que desde dezembro expõe dezenas de famílias catarinenses, ocupa a energia de forças policiais que poderiam estar deslocadas nas questões específicas de Segurança, consome tempo do já ocupado Judiciário e deixa a população da Grande Florianópolis em eterno suspense.
Certamente que as pessoas usadas aparentemente para atrair a atenção de todos não são, pois elas – incluindo mulheres e crianças – estão vivendo em condições insalubres, em barracas de plástico e lona sob toda a espécie de intempérie, como o calor inclemente do verão e as chuvas e trovoadas do outono.
Parece um jogo de gato e rato, como bem ilustrou este domingo de Páscoa, quando ônibus voltaram a despejar pessoas em dois terrenos da Ilha de Santa Catarina, pegando de surpresa os órgãos públicos e as autoridades pagas ou eleitas para bem dirigir este tipo de situação. Há um vácuo no comando desse assunto, não resta dúvida.
E nesse vazio prospera a intenção dos líderes do movimento, que querem antes de mais nada vitrine. E é isso o que estão conquistando, atraindo primeiro a atenção dos veículos de comunicação e, por tabela, da população em geral.
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É hora de governo do Estado, governo municipal e representantes dos órgãos federais (Incra, por exemplo), Judiciário e Ministério Público sentarem em busca de uma solução definitiva. Definitiva.
– Há déficit habitacional no município? A prefeitura de Florianópolis admite que há: como reduzir esse déficit?
– São realmente sem-teto os invasores dos terrenos privados? A Justiça, com ajuda dos órgãos públicos específicos, pode esclarecer isso definitivamente, desde que seja mais célere.
Quando no dia a dia dos catarinenses se impõe a pauta de um grupo que a sociedade não reconhece ou não entende em sua plenitude, uma vez que seus representantes usam a condenável tática da invasão de áreas privadas como apresentação, algo está em descompasso.
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Espera-se que os entes públicos responsáveis pela equação do problema, em vez de procrastinarem no jogo de empurra observado até aqui, consigam explicar sem delongas quem são os protagonistas dessa questão, qual a verdadeira dimensão do déficit habitacional e que resposta é possível dar ao problema – se é que ele existe de fato.