A cada 29 horas morre um trabalhador em Santa Catarina. O número, calculado pelo Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), da Secretaria estadual da Saúde, representa a gravidade do problema no Estado. Com um recorde trágico, SC tem número de óbitos acima da média brasileira.

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Os dados mais recentes da Previdência Social mostram que em 2012, Santa Catarina apresentou, segundo a Previdência Social, taxa de 7,7 mortes a cada 100 mil trabalhadores. O número é superior à média brasileira, de 6,6 óbitos a cada 100 mil trabalhadores, e maior que do Rio Grande do Sul (6,3), São Paulo (5,3) e Rio de Janeiro (4,6). Porém, é inferior a Minas Gerais (7,9), Paraná (7,9) e Espírito Santo (10,4).

Hoje representantes sindicais em todo o país realizam atos para cobrar políticas em defesa dos trabalhadores em função do Dia Internacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho. Em Santa Catarina, há um ato programado em Joinville que vai percorrer as ruas do centro da cidade. Segundo a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (Fetiesc), o movimento deve reunir mais de 2 mil pessoas.

O coordenador do Movimento em Defesa da Vida, Saúde e Segurança dos Trabalhadores (Movida), Sabino Bussanello, destaca que Santa Catarina é um dos campeões nacionais em acidentes de trabalho.

– Quando descobrimos estes dados, desencadeamos uma campanha de conscientização, educação e prevenção procurando reduzir esses números alarmantes. E vale lembrar que essas estatísticas não levam em conta os trabalhadores informais, que devem aumentar ainda mais os níveis – explica.

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Estatísticas não levam em conta trabalhadores informais

De acordo com Maurício Silva assistente social do Centro de Referencia em Saúde do Trabalhador (Cerest/SC), as estatísticas da Previdência Social são imprecisas porque só levam em conta os acidentes registrados com trabalhadores com carteira assinada. Conforme a Previdência Social, Santa Catarina teve 154 trabalhadores mortos em 2012. Pelo sistema de declaração de óbitos do SUS, o número sobe para 305 óbitos no mesmo ano.

Os acidentes com transporte representam 50% das mortes, seguidos pelas quedas, que motivaram 22% dos óbitos. De acordo com Silva, esse tipo de acidente é comumente registrado em atividades como construção civil e manutenção de prédios.