Pequenos deslizamentos em dias de chuva ou grandes tragédias como a de 2008 no Vale do Itajaí — quando 135 pessoas morreram — deixam claro aos catarinenses o risco de deslizamentos de terra no Estado, um perigo que atinge ao menos um terço de todo o território de Santa Catarina. A informação está em um estudo inédito divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (29) com o mapa de "Suscetibilidade a deslizamentos do Brasil".

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Conforme a pesquisa, Santa Catarina é o terceiro Estado do Brasil com o maior percentual de território com alto risco de deslizamentos: 33,7%. O número só é menor do que o território do Rio de Janeiro (53,9%) e do Espírito Santo (44,9%). Quando somadas as parcelas de risco "alto" e "muito alto" em Santa Catarina, chega-se ao número de que mais de 60% do território catarinense corre algum perigo. Adicionando ao mapa as áreas de risco médio, sobram apenas 20% de Santa Catarina com risco baixo ou muito baixo.

O estudo leva em consideração seis aspectos: geologia, geomorfologia, pedologia (estudo do solo), cobertura e uso da terra e vegetação, declividade e pluviosidade. Conforme o IBGE, a declividade da área teve o maior peso no cálculo, ou seja, foi o critério mais importante para definir o risco de deslizamentos. Regiões serranas ou de planalto com construções em terrenos frágeis apresentaram maior suscetibilidade, segundo a pesquisa.

O mapa mostra grandes áreas de risco especialmente no Oeste, Vale do Itajaí e Litoral — locais tradicionalmente afetados pelos deslizamentos de terra em Santa Catarina. Por conta dos riscos, a Defesa Civil do Estado trabalha com serviços de alerta para os moradores desde 2015. O principal serviço é através de mensagens SMS, e desde o começo de 2019 há também uma parceria com a Anatel para alertas de chuva forte durante a programação da TV por assinatura.

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