“ Nesta quinta-feira, em Florianópolis, inicia o II Congresso Nacional do CDEMP, com a palestra magna “La Corrupción como Problema de Accion Colectiva”, que será proferida pelo professor espanhol Fernando Jimenéz Sánchez. Além da Economia, a teoria da ação coletiva encontrou amparo na Ciência Política, Sociologia, Comunicação, Antropologia e Ambientalismo, assim como na análise do fenômeno da corrupção.
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A tese básica de Mancur Olson é a de que “mesmo que todos os indivíduos de um grupo grande sejam racionais e centrados em seus próprios interesses, e que saiam ganhando se, como grupo, agirem para atingir seus objetivos comuns, ainda assim eles não agirão voluntariamente para promover esses interesses comuns e grupais” (Olson, 1999, p. 14).
Já para Elinor Ostrom a lógica da ação coletiva, embora não necessariamente equivocada, só se verifica quando os indivíduos agem isoladamente, presentes altos níveis sociais de descontentamento, pouca confiança mútua entre os indivíduos, assim como a ausência ou a insuficiência de meios necessários para a vigilância e o efetivo controle público.
Em sociedades como a brasileira, afirma Fernando Jimenéz, onde os ciclos viciosos são alimentandos pelo conjunto da teia social – e não só por políticos corruptos e empresários corruptores – numa conveniente troca de benefícios entre grupos e indivíduos que se beneficiam da estrutura pública no interesse privado, prevalece o clientelismo. Acredita-se que todos servidores públicos estão inclinados à corrupção, havendo uma alta percepção social do problema, formando-se um ciclo vicioso que aumenta a desconfiança social, com o funcionamento parcial das instituições.
Embora difícil, existem possibilidades para o enfrentamento do problema. Por meio de medidas objetivas que possibilitem o rompimento de ciclos viciosos históricos e a efetiva superação da armadilha política, Fernando Jimenéz assevera que a educação, embora seja fundamental na luta contra a corrupção, deva vir acompanhada pelo menos de dois elementos: a luta (criminal e política) contra a impunidade, assim como a crença, amplamente disseminada na sociedade, de que os ganhos individuais futuros dependam das perspectivas de toda a coletividade. “
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