Rodeado pelas mais diversas construções e com a rodovia Antônio Heil passando ao lado, um prédio amarelo chama a atenção. Por quase 20 anos, ele serviu como ponto de encontro e despedidas. Lá, no meio do Bairro Itaipava, onde antes era zona rural, funcionava uma estação de trem, que começou a ser construída na década de 1920, mas só foi inaugurada quase 30 anos depois. Hoje, o local, que foi restaurado e reinaugurado em 2010, abriga um pouco da história de Itajaí e das civilizações que viviam na região há mais de 2 mil anos.

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O Museu Etno-Arqueológico de Itajaí fica na Avenida Itaipava, na Antiga Estação Ferroviária Engenheiro Vereza. Ele funciona desde 2010 e se divide em três exposições diferentes, cada uma com um tema. Logo que você entra, conhece um pouco da história da estação, com objetos usados na época de ouro da ferrovia e uma miniatura que mostra como eram as locomotivas que paravam na estação. Um dos objetos mais vistos é um telégrafo.

Sambaqui

A sala ao lado mostra um pouco da história das civilizações que habitavam a região há mais de 2 mil anos. As peças expostas foram retiradas de um sambaqui que fica em Bombinhas. No local, há um crânio de um homem, além de várias mandíbulas, todas de antigos moradores. Há também pedras, usadas como ferramentas, e restos de animais, como ossos e dentes, usados como adornos em rituais da tribo.

Na parte de cima, o espaço é dedicado à história dos colonizadores. No primeiro ponto do mezanino, objetos usados no século 19 e início do século 20. Uma das peças mais curiosas é uma máquina manual que as mulheres usavam para torcer e passar roupas.

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No piso superior, construído depois do restauro do prédio, o visitante se depara com os personagens do boi de mamão. Mais à frente, outros objetos usados na época colonial. Entre eles, uma miniatura de um engenho que mostra ao visitante as funções do equipamento, que moía a cana, fazia a farinha de mandioca e ainda serrava lenha.

Construção

O prédio do museu está ligado à história do transporte ferroviário em Santa Catarina. No início do século 20, um consórcio alemão fez um projeto para construir uma rodovia de Itajaí até a fronteira com a Argentina. E as estações começaram a ser construídas em Blumenau, em 1909. Mas, quando a Alemanha entrou na Primeira Guerra Mundial, o governo brasileiro tomou a iniciativa para si.

A Estação Engenheiro Vereza começou a ser construída em 1926, mas com a crise da bolsa de Nova York (1929) e a Segunda Guerra Mundial, a obra só foi inaugurada em 1956. Até 1971, ela seguiu funcionando normalmente, trazendo principalmente madeira da região do Alto Vale (a ferrovia vinha de Trombudo Central e somava 164 quilômetros até a estação do Bairro Fazenda, onde hoje fica o prédio da Havan). Quando o ciclo terminou e o governo passou a priorizar a construção de rodovias, a estação foi desativada.

Hoje, só resta ela, nem mesmo os trilhos estão mais no local. Depois disso, a Prefeitura assumiu o prédio e já serviu como secretaria de Agricultura e sede da subprefeitura da Itaipava. Em 2004, começou o processo de restauração, que durou quatro anos. Em 2010, foi inaugurado o museu, espaço que recebe entre 300 a 400 visitas por mês, especialmente no período escolar.

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