Do pequeno arraial à Capital Catarinense do Calçado, São João Batista passou por inúmeras transformações. Começou com a chegada do capitão João de Amorim Pereira, em 1834, época em que a economia era baseada na agricultura.
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O setor calçadista iniciou de forma bem artesanal nos anos 1920 e foi ganhar força no início da década de 1990, diante do desmoronamento do mercado do açúcar, principal gerador de empregos até então. De lá para cá, a cidade se tornou um polo que atrai profissionais de todo o país. Tanto que hoje é a segunda cidade da região com maior participação de moradores de outros estados (26,4%).
A expansão do setor calçadista hoje é responsável pela maior parte dos empregos. Muitos daqueles que foram funcionários da Usati, a usina de açúcar que antes era a força motora da economia da cidade, com coragem iniciavam as suas esquentas – pequenas empresas de calçados, geralmente localizadas no pátio de casa, que hoje levam o nome da cidade para o país e também para o exterior.
No início, muito da matéria-prima tinha que ser adquirida principalmente no Rio Grande do Sul. Hoje esta realidade é outra, pois o polo se profissionalizou, boa parte graças à mão de obra gaúcha recebida, que ajudou no desenvolvimento da cidade.
Por ter tido um crescimento populacional destacável nos últimos anos, São João Batista ainda enfrenta problemas de infraestrutura e precisa que os administradores invistam em melhorias. Mas a característica acolhedora que a cidade sempre teve não inibiu a vinda de mais pessoas que acreditam no polo.
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Pensamentos diferentes, costumes distintos, culturas que se mesclam, essa é a realidade de São João Batista hoje. Do cotidiano de uma cidade construída por açorianos e italianos, para uma diversidade de culturas.
São pessoas que vieram de diversos lugares do Brasil. Em comum, trouxeram nas malas a busca por uma vida melhor, longe da violência e do desemprego. Os migrantes do Rio Grande do Sul são predominantes. Boa parte veio por conta das muitas empresas que deixaram o estado vizinho para investir em outras regiões do país, e pela forte crise sofrida entre 2005 e 2006 naquele estado, devido à exportação, que estava em baixa.
Paralelamente, São João Batista dava um salto de crescimento. Os empresários, antenados, proporcionaram melhores ambientes de trabalho. Isso aliado à tranquilidade da cidade fez com que muitas pessoas estabelecessem raízes por aqui. Não por acaso, é comum ouvir muitos se chamarem de “batistenses de coração”.
* Presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de São João Batista (SINCASJB), é nativo de São João Batista e diretor da marca de calçados femininos Século XXX.
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