O incêndio que atingiu oito imóveis durante a madrugada deste sábado (28), na Região Central de Blumenau, destruiu também um pedaço da história da cidade. É isso que aponta a historiadora Sueli Petry, ao se referir sobre o local onde funcionou a antiga Fábrica de Chapéus Nelsa e, na década de 1970, o Jornal de Santa Catarina.

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O imóvel foi erguido entre o fim da década de 1930 e o início da década de 1940. Conforme Sueli, o autor do projeto foi o alemão Simon Gramlich, arquiteto que também desenhou as igrejas de Gaspar, Itajaí, Rio do Sul, e foi o responsável por mais de 400 edificações antes da primeira metade do século 20.

Ver a destruição desse prédio, para a historiadora, traz uma sensação de tristeza.

É muito triste. É mais uma história apagada na história de Blumenau e reduzida a cinzas. Agora resta relembrar um passado glorioso, de uma indústria que marcou momentos importantes na história da cidade.

Veja como ficou o imóvel

Chapéus Nelsa

A fábrica de chapéus blumenauense foi fundada em 1924 por Rudolf Clasen e Hermann Weege. O objetivo dos empresários era suprir a demanda da época, já que praticamente todos os homens usavam chapéus, conforme Adalberto Day.

A primeira sede dos Chapéus Nelsa foi na região onde hoje está o Campus 2 da Furb, porém logo no início da década de 1930 se mudou para o imóvel na Rua São Paulo, por onde ficaria por 34 anos.

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Já na década de 1970, após o fechamento da fábrica (afinal de contas os chapéus já haviam saído de moda), o imóvel virou a sede do Jornal de Santa Catarina. O 'Santa' ficou ali até 2001, quando se mudou para a Rua Bahia, próximo à Ponte do Salto.