Túneis de ovos coloridos nos corredores dos supermercados costumam ser um grande atrativo para as crianças – ou mesmo para quem já deixou a infância há algum tempo – às vésperas da Páscoa.

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No entanto, o conjunto chocolate, embalagem e brinquedos tem preço várias vezes superior ao suficiente para levar a mesma quantidade de chocolate.

Levantamento feito por Zero Hora em quatro grandes supermercados da Capital mostra que o grama do ovo de Páscoa pode custar quatro vezes mais que o vendido em forma de barra comum da mesma marca. No cálculo, está embutido o preço das embalagens caprichadas e de brindes infantis – e a disposição de quem aceita pagar mais para entrar no espírito da data.

Seis das sete marcas pesquisadas tiveram diferença superior a 180%, comparado o peso do ovo e igual volume de chocolate em barra. Para justificar a disparidade, os fabricantes sustentam que, embora a matéria-prima seja a mesma, barras e ovos são produtos diferentes, assim como o custo de produzir cada um. A fabricação de ovos exige maior número de funcionários e mais cuidado para embalar e transportar.

Mas nem só de ovos se fazem boas vendas de Páscoa. A gaúcha Neugebauer, por exemplo, optou em investir em produtos com formato diferente, e que trouxessem brindes que pudessem ser utilizados o ano inteiro. O chocolate Stikadinho, grande aposta deste ano, vem dentro de um estojo para usar na escola.

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– Queremos nos diferenciar, não ser apenas um ovo a mais na parreira – explica o gerente de marketing da Vonpar Alimentos, Carlos Speltri, que não descarta voltar com os tradicionais ovos no próximo ano.

Comprar na última hora custa menos, mas é mais arriscado

Transformar a Páscoa em uma data para presentes que durem o ano todo também é o desafio de quem não vende chocolate. De acordo com a Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), a previsão é que as vendas desta Páscoa cresçam entre 7,5% e 8,5%, alimentadas por mais presentes alternativos como brinquedos, roupas, calçados e livros infantis.

– São produtos que funcionam como complemento. As crianças acabam ganhando chocolate e mais alguma outra coisa junto. Além disso, é uma alternativa para quem não gosta ou não pode comer doce. É uma tendência que vem se acentuando – explica o presidente da AGV, Vilson Noer.

Para quem faz questão dos ovos, mas quer economizar, a dica é deixar para comprar o mais perto da Páscoa possível. Especialista em finanças pessoais, Everton Lopes explica que, para não ficar com estoques, os supermercados baixam o preço dos produtos conforme a data vai se aproximando. Mas é preciso atenção: isso faz com que as parreiras fiquem cada vez mais vazias. É preciso escolher entre pagar mais caro ou correr o risco de ficar sem o ovo desejado.

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Chocolate para todos

Alternativa com sabor para quem…

… não deve

Para quem está de dieta, a melhor alternativa é o chocolate light, com redução média de 30% de açúcar, calorias, gorduras ou sódio. De qualquer maneira, o ideal é comer em pequenas porções.

Se a versão light não agradar ao paladar, a opção mais saudável é o meio amargo, com alto teor de cacau (acima de 50%) – tem efeito antioxidante e traz benefícios à saúde.

Fuja do chocolate branco, que é o mais calórico pelo alto teor de gordura.

… não pode

Para intolerância a lactose, há opções em barra e em formato de ovo. Entre as opções, está o chocolate feito a base de soja.

Para quem tem diabetes, o ideal são chocolates diet, produtos com adoçantes artificiais na formulação e isentos de açúcar. Muitas vezes são mais calóricos do que os convencionais por ter alto teor de gordura.

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Fonte: Bianca Favero, nutricionista