Cresce entre os aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a crença de que a renúncia dele à presidência da Câmara não passa da próxima semana. Com isso, a escolha de um novo presidente tomaria conta da pauta política e a cassação poderia ficar em segundo plano. É uma aposta de quem se acostumou com manobras e a jogar com o tempo. Como os deputados devem entrar em recesso branco a partir da segunda quinzena de julho e, depois, as atenções estariam voltadas para as Olimpíadas e eleições, sabe-se lá quando o processo de cassação iria ao plenário. A articulação já estaria combinada entre Planalto e Centrão (união de partidos como PP, PTB, PSD) para colocar na presidência um nome de confiança: o deputado Rogério Rosso (PSD-DF). Falta, no entanto, combinar com um grupo de deputados que também se mobiliza para tentar agilizar a votação do processo de Cunha em plenário. Eles sabem que se os próprios deputados não cassarem Cunha, sairão ainda mais desmoralizados de todo esse processo.
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Bolsa
Acima do valor prometido por Dilma Rousseff, o aumento do Bolsa Família é um esforço do governo Temer no sentido de alimentar a pauta positiva e responder às críticas petistas, de que não há atenção aos programas sociais. Se nada novo acontecer até amanhã, ele caminha para a segunda semana sem escândalos envolvendo o PMDB.
Indigesto
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Não foi fácil a vida do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) que, na noite de terça-feira, participou de um jantar com senadores na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Depois de uma explanação sobre macroeconomia, foi cobrado sobre medidas efetivas para a recuperação do crescimento. O senador Paulo Bauer (PSDB-SC), por exemplo, o questionou a respeito das pendências tributárias dos empresários.
Tem dinheiro?
Os senadores também questionaram o ministro da Fazenda a respeito da pressão pelo aumento do salário do funcionalismo público federal. Depois do reajuste do Judiciário — que contou com o apoio do Planalto — os parlamentares já sabem que outras demandas chegarão ao Senado.
— Vão começar pleitos de todos os lados. O que vamos fazer? — questionou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Preservando
Uma semana antes de a Polícia Federal detonar a Operação Boca Livre, o ministro Marcelo Calero (Cultura) foi à Câmara tentar convencer os deputados a não instalarem a CPI da Lei Rouanet. Ele argumentou que uma CPI espantaria as grandes empresas que participam dos principais projetos culturais do país, financiados por meio da lei. Mesmo depois dos escândalos, a CPI deve ser engavetada.
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