Quase um mês depois, os moradores de Araquari continuam com as reclamações de receber água suja nas torneiras de casa. O abastecimento público da cidade tem sido alvo de críticas principalmente em bairros como Itinga e Ponto Alto. Na primeira semana do ano, os relatos sobre a qualidade da água também foram registrados.

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Conforme Rafael Rodrigues Vieira, morador do Loteamento Bela Vista 2, no bairro Itinga, a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), que abastece a cidade, até chega a ir nas casas para dar soluções provisórias. 

— Eles (Casan) estão indo nas casas, mas você tem que chamar, ligar lá. Eles abrem a válvula no relógio e deixam soltar bastante água, até limpar. Resolve por uma semana, mas depois começa de novo — disse.

O rapaz conta que para as necessidades básicas, como cozinhar, consumir e higiene, precisa tirar do próprio bolso.

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— A qualidade da água aqui é péssima, nós temos que comprar água para poder tomar. Dependendo de como está a água, às vezes não dá para nem lavar a roupa, pois mancha — contou.

A moradora Keila Miranda, do bairro Ponto Alto, compartilha da mesma situação de Rafael. Em relato, ela diz precisar comprar água para tudo em casa e, às vezes, precisa sair para conseguir tomar banho.

— Não tem condições de usar essa água. Quando a água está muito suja, tenho que ir em casa de conhecido, em outro bairro, para poder tomar banho, porque lá tem caixa (d’água) e a água não é suja — falou.

(Foto: Rafael Rodrigues, Arquivo pessoal)
(Foto: Rafael Rodrigues, Arquivo pessoal)
(Foto: Rafael Rodrigues, Arquivo pessoal)
(Foto: Rafael Rodrigues, Arquivo pessoal)

O que diz a Casan

Em nota, a Casan informou nesta semana que no dia 26 de janeiro, quarta-feira da semana passada, uma equipe de Florianópolis foi até duas estações de tratamento de água de Araquari e foram feitas coletas de amostras.

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Ainda segundo a Casan, os resultados mostraram um aumento de 50% na quantidade de ferro nos mananciais da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Carpas e de 1000% em um dos mananciais da ETA da Divisa, e por isso, quando o ferro entra em contato com o cloro ele oxida e a cor da água fica diferente.

A nota finaliza ao dizer que na ETA de Carpas foram feitos ajustes na dosagem, e a estação da Divisa foi desligada até uma alternativa de tratamento ser implantada, mas, conforme a Casan, em nenhum momento a água deixou de ser segura para o consumo.

Ao AN, a assessoria da Casan de Araquari informou que em alguns pontos ainda há a água reservada e por isso nem todos ainda estão com a situação da água normalizada, mas segundo o setor responsável, no decorrer da próxima semana todos os pontos devem ter esse problema solucionado.

Confira a nota da Casan na íntegra

No dia 26 de janeiro, a equipe técnica da Casan de Florianópolis esteve presente nas duas estações de tratamento de água do município de Araquari, para averiguar a ocorrência de amarelamento da água na rede de distribuição da cidade. Foram realizadas coletas de água em diversos pontos e ficou caracterizado um aumento de 50% na quantidade do parâmetro ferro nos mananciais superficiais que alimentam a ETA (Estação de Tratamento de Água) de Carpas e de 1000% num dos mananciais subterrâneos que alimentam a ETA da Divisa.

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Em contato com o cloro, o ferro presente na água, até então incolor,  é oxidado (enferrujado), elevando a coloração da água e tornando-a esteticamente comprometida. Foram realizados ajustes nas dosagens com objetivo de reter o excesso do metal na própria estação de tratamento de Carpas, e o poço da ETA da Divisa foi desligado imediatamente, até que uma alternativa de tratamento pudesse ser implantada, tendo em vista que esse último caso requer investimentos em infraestrutura. 

Entendemos que as medidas implementadas apresentaram resultados satisfatórios, retornando a água às características originais. Por fim, reiteramos que a água distribuída no município de Araquari não deixou, em momento algum, de ser segura para o consumo humano.

Vídeo mostra a situação da água em Araquari

*Sob supervisão de Lucas Paraizo

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