A volta às aulas na rede estadual de ensino completou um mês nesta quinta-feira (18) com a maioria das escolas atuando no modelo misto, que combina aulas presenciais com atividades remotas. Das 1.065 escolas estaduais, 785 estavam nessa modalidade até a quarta-feira (17) – o que corresponde a 74% das unidades de ensino. O Estado também tem 126 servidores afastados por casos de Covid-19 e 1.034 por suspeita da doença.

Continua depois da publicidade

> Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp

Além do formato híbrido, a retomada das aulas presenciais há um mês ocorreu também com os modelos 100% presencial e 100% remoto. Até o momento, apenas 36 escolas (3%) conseguiram atuar integralmente apenas com aulas nas escolas, sem grupos de estudantes com atividades a distância. Outras 244 (23%) estavam apenas no modelo remoto.

Em 11 dessas escolas, o modelo 100% remoto acontecia até esta semana por conta de casos confirmados ou suspeitas de Covid-19. Outros locais também adotam esse formato por motivos diferentes, como limitações na infraestrutura ou no quadro de funcionários – era o caso de 50 escolas da rede estadual.

Em outras escolas, o ensino a distância se torna obrigatório por conta de decretos municipais. Como na segunda-feira (15) as cidades da Grande Florianópolis decidiram suspender as aulas presenciais por sete dias, medida que já foi revertida em vários municípios após contestação do Ministério Público, esse número subiu consideravelmente esta semana, passando a 183 unidades.

Continua depois da publicidade

O relato da Secretaria de Educação, no entanto, é de que o número de escolas fechadas por decretos municipais vinha em queda no primeiro mês de aulas até os fechamentos ocorridos na região da Capital.

> Lockdown em SC é descartado por técnicos, mas novas restrições serão anunciadas

Rede estadual tem mais de 1 mil servidores afastados

A Covid-19 também interfere na disponibilidade de professores e trabalhadores das escolas. Até quarta-feira desta semana, 126 servidores estavam afastados das funções porque testaram positivo para o coronavírus. Outros 1.034 tiveram algum sintoma gripal e estavam em afastamento preventivo, com trabalho remoto, enquanto a suspeita de Covid-19 não é descartada por testes.

O número é equivalente a quase 3% do total de servidores. O acompanhamento dos trabalhadores da educação é feito em conjunto com a Vigilância Epidemiológica dos municípios.

> Receba as principais notícias de SC pelo Whatsapp

Escola precisou parar para higienização após casos

A gestão da crise de saúde na retomada das aulas presenciais era uma das preocupações de pais e professores no início do ano letivo. Nesse primeiro mês, algumas escolas precisaram lidar com situações como alunos e professores que positivaram para a doença.

Continua depois da publicidade

A Escola de Educação Básica Luiz Delfino, de Blumenau, precisou fechar após uma semana de aulas para uma higienização porque a unidade teve alunos e professores que testaram positivo para a Covid-19. O diretor Mauro Luiz de Medeiros explica que o local passou por limpeza em todas as áreas e voltou a receber estudantes na semana seguinte.

Na próxima semana, a escola vai parar novamente por um dia para outra medida relacionada à prevenção contra Covid-19. A equipe pretende pintar áreas amarelas nas salas de aula para deixar ainda mais claro o espaço de distanciamento que os estudantes precisam respeitar.

– Por mais que a gente lembre da importância da máscara, do álcool gel, o distanciamento ainda é um problema. Mesmo com o professor ali cobrando. Assim, vai ficar mais fácil para os alunos e o professor visualizarem o espaço que precisa ser respeitado entre as carteiras – detalha Medeiros.

> Consórcio por vacinas contra Covid tem a participação de 49 cidades catarinenses

Apesar desses ajustes, o diretor avalia como positivo o primeiro mês de volta às aulas presenciais. A escola Luiz Delfino tem hoje três professores afastados por suspeita ou sequelas de Covid-19 e atua no modelo misto, com as turmas divididas em dois grupos que estudam parte do tempo na escola e parte do tempo em casa.

Continua depois da publicidade

– A gente sabe do problema da contaminação, é uma coisa séria, mas os alunos que estão vindo para a escola estão muito felizes. Estamos no caminho certo. Existe uma situação social envolvendo a escola. Acredito que a educação não deve parar – avalia.

Em entrevista à CBN Diário na quinta-feira, o secretário de Educação de SC, Luiz Fernando Vampiro, também garantiu que as escolas representam baixo risco de contaminação.

– As escolas nao são imunes à Covid-19, mas o plano estratético montado em 2020 e aplicado em 2021 deixa ela um ambiente seguro – avaliou.

As mudanças do modelo presencial para o remoto em escolas por conta de casos ou surtos de Covid-19 estão previstas no Plano de Contingência para a Educação, documento elaborado em conjunto por 15 entidades para buscar garantir segurança na volta às aulas em SC. Pais que preferem manter os filhos em casa, no ensino remoto, podem assinar termos de responsabilidade para que os alunos sigam neste formato.

Continua depois da publicidade

Leia também

> Lockdown descartado, multa e praias liberadas: o que muda com o novo decreto em SC

> Tubos de oxigênio desaparecem de hospital na Grande Florianópolis

> SC tem mais de mil servidores da educação afastados por confirmação ou suspeita de Covid-19