No distrito da Vila Itoupava, cercada de vegetação nativa, fica a Rua Artur Hertel. Com 11.536 metros de extensão, a segunda via mais longa da cidade é vizinha da Rua Erwin Manske, a mais comprida. Parte da estrada faz limite entre os municípios de Blumenau e Massaranduba.

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Na localidade, escuta-se sotaque germânico. Os moradores, em grande parte, são de origem germânica e polonesa. A estrada era chamada de 13 de Maio, mas, em 1994, foi rebatizada para homenagear um antigo morador e produtor de cachaça, falecido em 1988. A Rua Artur Hertel também serve de acesso para outros municípios. Além de Massaranduba, ela é caminho para quem vai a Pomerode.

Acessibilidade

Com mais de 11 quilômetros de estrada de chão, a acessibilidade é um quesito que deixa a desejar. A rua fica em uma área rural e não há calçadas e faixas de pedestres. Ciclistas, veículos e pessoas dividem o mesmo espaço. Em alguns pontos é necessário trazer o veículo para o lado, para deixar o outro passar. Uma situação que não deve ser alterada, pois não há perspectivas de asfaltar a via, segundo a intendência da Vila Itoupava.

Iluminação pública

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é atendido pela rede de energia elétrica e a iluminação pública é um dos pontos positivos. A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos modernizou o sistema, com a colocação de novas luminárias de alto rendimento nas proximidades das residências.

A expansão da iluminação é uma demanda solicitada pela comunidade, algo que deve ser feito ainda no próximo ano, segundo o presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento do Distrito da Vila Itoupava, Leandro da Silva:

– A previsão é que no ano que vem haja uma melhoria da iluminação e ampliação nos pontos que hoje não tem luminárias.

Obras e manutenção

A Rua Artur Hertel, por ser toda de chão batido, sofre com um problema corriqueiro nesse tipo de via: a poeira insiste em visitar as casas e a lama e os buracos dificultam o tráfego após os dias chuvosos. Como relata o descendente polonês, que nasceu na Artur Hertel, o colono Felix Wittkowski.

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– Aqui não passa caminhão pipa e dificilmente vem alguém fazer manutenção na rua – conta o morador que planta para consumo próprio.

A intendência da Vila Itoupava afirma que há apenas um caminhão pipa para molhar a estrada, um segundo está na mecânica e ainda há uma emenda parlamentar que deve garantir um terceiro. Com relação à manutenção, há uma demanda grande, ainda mais por se tratar de uma via tão extensa.

Segurança

Moradores alegam que o lugar é seguro e que há anos não presenciam qualquer registro de roubo, furto ou violência na comunidade. Os dados de ocorrências da Polícia Militar na via reforçam a sensação de tranquilidade. Em 2017 e 2018, não houve registro de furtos e roubos na rua, segundo a PM. A rua não participa do programa Rede de Vizinhos, mas recebe reforço de agentes de Massaranduba, que faz rondas.

Transporte público

Uma das grandes demandas da população é o transporte público. A linha Vila Itoupava passa pela via, porém, apenas uma vez ao dia. Uma situação que exige dos moradores buscar outras formas de mobilidade para retornar para casa, como conta Valdecir Manske, que trabalha como estampador em uma empresa de Pomerode:

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– Grande parte das pessoas tem veículo próprio, os demais têm que se virar com carona para ir ao centro da Vila Itoupava. Só passa um ônibus perto do meio-dia aqui. Quem vai com ele, tem que se virar para voltar.

De acordo com o Seterb, a frequência da linha é um acordo antigo com a comunidade.

– A quantidade de passageiros é pequena. O transporte coletivo é dinâmico, precisa no mínimo se pagar, mas nada impede que façamos novos estudos pra melhorar – diz diretor de transportes da autarquia, Lairto Leite.

No próximo ano, com a finalização prevista do Terminal das Itoupavas, a região poderá ser assistida com novas linhas.

– Já foi discutido no conselho a ampliação das linhas na região, inclusive na Artur Hertel, uma discussão que deve ser levantada novamente com a conclusão do novo terminal – afirma Leandro da Silva, presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento do Distrito da Vila Itoupava.

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A rua

Visitar a Rua Artur Hertel é ter a sensação de estar em um sítio, com direito a ar puro e natureza. A paisagem se assemelha à da Serra Catarinense, com trechos sinuosos e algumas descidas íngremes. Cercas de arame farpado e casas com lagoa e plantações dão um ar interiorano à via. Não há mercados, lojas, empresas. Apenas a Escola Municipal Carlos Manske, com turmas do ensino infantil ao 5o ano do ensino fundamental, destoa das edificações residenciais.

A diversão fica por conta do clube de futebol 13 de Maio, que organiza campeonatos e amistosos no campo bem cuidado pelos moradores, às margens da rua. Em dias de jogos, a comunidade se reúne para assistir à partida e depois confraternizar.

A Samae não abastece a região. As casas, em sua maioria, usam água de poços artesianos ou riachos, um motivo de orgulho para os moradores, que dizem ter uma água limpa e natural.

A manutenção da Rua Artur Hertel é de responsabilidade da prefeitura. Já a segurança pública é de responsabilidade da Polícia Militar (PM).

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