Aloisio José Amorim
Engenheiro mecânico, morador de Florianópolis
Orgulhoso por servir no melhor navio do Lloyd brasileiro, o Pedro II, a bordo do qual foi registrada a imagem abaixo em 1941, não poderia imaginar, o oficial de máquinas Nilton Amorim, a tragédia em que se envolveria.
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Com a guerra e a suspensão do serviço de passageiros, ele foi servir no cargueiro Tutoia.
Na madrugada de 1o julho de 1943, acompanhado de um marinheiro, subiu ao convés. Os dois viram ao longe uma luz que acompanhava a trajetória do navio.
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Divagando sobre a origem da luz, observaram que ela não mais os seguia, mas vinha ao seu encontro.
Em seguida, um grito de “Torpedo!” vindo da torre de comando alertou o oficial de máquinas, que correu em direção à chaminé do navio para desligar as caldeiras. Sabia ele que o afundamento com caldeiras ligadas provocaria uma explosão maior do que a causada pelo torpedo.
O impacto dividiu o navio ao meio desaparecendo com a nave central: daí foi o tempo para os sobreviventes embarcarem nos botes e fugir do turbilhão de água que o afundamento provocaria.
Atordoados, ainda foram seguidos pelo seu algoz, o submarino alemão U-513, que, satisfeito com o sucesso da missão, submergiu.
Chegaram à costa 29 sobreviventes. O oficial da foto e personagem dessa narrativa, meu pai, cumpriu ainda 68 viagens levando suprimentos durante e logo após a guerra. Faleceu em fevereiro de 1999, em paz, na mesma cidade onde nasceu: Florianópolis.
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Na foto em detalhe, o filho de Nilton, Aloisio, com o filho Inácio e o neto Leonardo: gerações orgulhosas do parente