Buscar informações antes de fazer as malas reduz a chance de ter férias frustradas com as crianças, ainda mais quando os pais são de primeira viagem. Mas perguntar ou não sobre esse tipo de cuidado ao pediatra depende muito do perfil de cada família, segundo o médico Marcelo Porto.
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Também não são apenas questões de saúde que devem ser levadas em conta, e sim todo o conjunto da viagem, inclusive o deslocamento. Para os pais que dirigem, a cadeirinha é indispensável no banco de trás. O equipamento reduziu em 31,8% o número de mortes de crianças em acidentes de trânsito, conforme pesquisa feita pelo Detran em 2011, quando se completou o primeiro ano de fiscalização da norma.
– Tão importante quanto a cadeirinha, é seguir todas as normas de trânsito, nunca beber antes de dirigir, respeitar os limites de velocidade e os locais de ultrapassagem – alerta a coordenadora da Escola Pública de Trânsito, do Detran, Fernanda Ellwanger.
Independentemente do meio de transporte utilizado para chegar ao destino, a turismóloga Rita Michelon, presidente da Associação dos Turismólogos, Profissionais e Estudantes de Turismo do Rio Grande do Sul, sempre recomenda aos pais que se informem sobre atrativos infantis no local das férias.
– A ideia de que existem crianças por toda a parte pode não funcionar em alguns lugares, também não dá para forçar as crianças a entrarem em todas as igrejas e atrativos turísticos do roteiro – adverte Rita.
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A consultora de maternidade Patrícia Tsukada, certificada pela International Academy of Baby Planner Professionals, aproveita a própria experiência com as filhas Laís, de oito meses, e Camilla, de cinco anos, para compartilhar dicas de viagem no blog Mommy in Bloom, a fim de ajudar outras mães a economizarem tempo, dinheiro e energia para aproveitar melhor a folga com os bebês.
– A principal lição que aprendi foi que os limites da criança devem ser respeitados, então temos que interpretar os sinais que ela dá, conforme a rotina que ela tem, e relaxar se tiver que abrir mão de algum passeio – ensina Patrícia.
A seguir, confira dicas preciosas para curtir as férias em família sem estresse.
DE CARRO
Criança segura:
– Crianças de zero a um ano devem ser transportadas no bebê conforto, preso ao cinto de três pontas do banco traseiro, de costas para o condutor e numa inclinação de mais ou menos 45 graus.
– De um a quatro anos, a criança deve andar na cadeirinha, também no banco de trás e presa ao cinto de três pontas, porém de frente para o condutor. A criança deve estar segura pelo cinto da própria cadeirinha.
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– De quatro a sete anos, a criança deve ir no assento de elevação, segura pelo cinto do banco de trás do veículo.
– Em todos os casos, devem ser respeitadas as orientações do fabricante para a instalação dos equipamentos.
– A partir dos oito anos, a criança pode viajar sem dispositivo de retenção, mas deve permanecer no banco de trás, com o cinto de segurança.
– Podem viajar no banco da frente apenas os maiores de 10 anos, desde que tenham mais de 1m50cm.
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Para o trajeto:
– Em viagens longas, faça paradas a cada duas horas para esticar e descontrair. Quando o bebê é pequeno, a parada serve também para amamentação.
– Informe-se sobre os possíveis pontos de parada antes de pegar a estrada e tente traçar um roteiro, para evitar contratempos. Leve mapas e guias de viagem, se o caminho for desconhecido.
– Use protetor solar inclusive dentro do carro. Uma cortininha no vidro também ajuda a proteger o bebê da radiação solar.
– Não deixe a criança comer demais, para evitar enjoos. Se ela passar mal, faça uma parada assim que possível para lavar o rosto e reidratar até que esteja em condições de viajar novamente.
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– Alguns medicamentos contra náusea são indicados para antes da viagem, pergunte ao pediatra.
– Evite livros e revistas, pois a leitura aumenta a possibilidade de enjoo.
– Mesmo para bebês, pense num móbile no teto do carro que possa distrai-lo no trajeto.
DE AVIÃO
Em terra firme:
– Verifique com a companhia aérea a disponibilidade de um berço portátil. É necessário fazer a reserva com antecedência e as companhias cobram pelo serviço. Algumas empresas também fornecem fraldas.
– Faça o check-in com antecedência para evitar filas no aeroporto.
– Escolha os assentos da primeira fila ou os do meio para viajar com o bebê, pois você terá mais espaço.
– Evite voos com conexões, se possível.
– Crianças com mais de 12 anos devem viajar com carteira de identidade ou passaporte. Até os 12 anos, vale a certidão de nascimento, mas apenas em voos domésticos. Os pequenos também precisam de visto para entrar em alguns países.
No ar:
– Confira a disponibilidade de refeições infantis durante o voo ou prepare um lanche para a viagem com a alimentação a que o bebê já esteja habituado. Apenas se certifique de que o destino, em caso de voos internacionais, permite a entrada de alimentos e bebidas.
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– Hidrate a criança durante o voo.
– Vista o bebê com roupas leves, mas leve um casaquinho, por causa do ar condicionado.
– Tenha na bagagem de mão chupeta, se a criança ainda usar, e algum brinquedo ao qual ela seja apegada, desde que não emita sons.
– Se a criança já sabe ler, livros e revistas em quadrinhos também são uma boa forma de evitar o tédio.
– Filmes infantis exibidos no avião são outras alternativas.
– Aproveite para amamentar quando o avião estiver descendo, pois a pressão é menor.
– Se a criança já masca chiclete, esta é uma boa estratégia para evitar o entupimento dos ouvidos no avião.
DE ÔNIBUS
– A orientação deveria ser a mesma do carro (uso do bebê conforto ou da cadeirinha), mas a maioria das empresas não disponibiliza esse equipamento. Mesmo que os pais levem a cadeirinha, os ônibus não dispõem de cinto de três pontas, o que impede a instalação correta.
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– Conforme resolução da Associação Nacional de Transportes Terrestres, crianças menores de seis anos não pagam passagem desde que não ocupem poltrona, ou seja, viajam no colo de um adulto.
– O Detran recomenda que crianças maiores de quatro anos viajem em poltrona individual, com o cinto de segurança afivelado.
– Como as paradas já são previamente programadas de acordo com a linha, a viagem de ônibus exige que pais e crianças se adaptem ao trajeto.
– Coloque na bagagem de mão chupeta, se a criança ainda usar, e algum brinquedo ao qual ela seja apegada, desde que não emita sons.
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– Evite livros e revistas, pois a leitura aumenta a possibilidade de enjoo.
– Mantenha a hidratação em dia e também se previna com um lanche leve para a criança.
– Não deixe a criança comer demais, para evitar enjoos.
– Alguns medicamentos contra náusea são indicados para antes da viagem, pergunte ao pediatra.
VALE PARA TODOS
– Certifique-se de que o destino oferece estrutura para crianças, em termos de lazer, alimentação e saúde. Pesquise as opções de entretenimento pela internet ou com seu agente de viagens.
– Discuta o roteiro com seus filhos e envolva as crianças na preparação da viagem.
– Dê preferência a alimentos a que a criança esteja acostumada e informe problemas com intolerância alimentar antes de escolher um prato no restaurante ou no hotel.
– Leve documento de identidade da criança e carteirinha do plano de saúde, se for o caso. Em viagens internacionais, providencie um seguro saúde. Tenha na agenda o telefone do pediatra, para caso de emergência.
– Informe-se sobre a necessidade de vacinas específicas e mantenha a carteira de vacinação infantil atualizada.
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– Não deixe seu filho se afastar de você, especialmente em locais muito movimentados. Um cartãozinho ou uma pulseirinha com o nome da criança, telefone dos pais e endereço de hospedagem é um recurso válido.
PARA A MALA DO BEBÊ
– Duas mudas de roupa por dia de viagem. Verifique o clima do local antes de escolher as roupinhas, pois a temperatura do dia e da noite podem ser bem diferentes.
– Fraldas descartáveis, pelo menos na quantidade necessária para o deslocamento. Verifique se será fácil encontrar o produto no destino, para não ser pego de surpresa. Vale o mesmo para itens de higiene infantil (pomada para assadura, lenço umedecido, etc.).
– É bom ter uma farmacinha com analgésico, antitérmico e antialérgico, termômetro e material para curativos. Se a criança faz uso de medicamentos regulares, o tratamento deve ser mantido à risca mesmo durante as férias.
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PRESTE ATENÇÃO
– Crianças menores de seis meses não podem usar protetor solar. A recomendação, nesses casos, é não levar o bebê para a beira da praia, a não ser em passeios curtos e nos horários de menor intensidade solar (de manhã cedo ou bem no fim da tarde). Mesmo sob o guarda-sol e com o carrinho coberto, há risco de insolação.
Fontes consultadas: Marcelo Porto, pediatra; Patrícia Tsukada, baby planner; Fernanda Ellwanger, do Detran; Rita Michelon, turismóloga.