Muito se fala em vocação náutica, mas as conversas sobre os atrativos que trazem os visitantes também são pautadas pela falta de profissionalismo e de visão em SC.
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Muito se fala da vocação náutica catarinense. Afinal, o perfil do Estado fomenta essa expectativa de ampliação de negócios que aproveitem o potencial marítimo: são 561 quilômetros de costa e praias cobiçadas que fazem de Santa Catarina um dos principais destinos turísticos do país durante a temporada de verão. Mas as conversas sobre os atrativos que trazem os visitantes nacionais e estrangeiros também são pautadas pelos problemas que expõem a falta de profissionalismo e de visão de investimentos no sentido de garantir cidades cada vez mais qualificadas para um turismo de ponta e que sirva de referência no Brasil. Infelizmente, ainda estamos longe disso.
É notória a carência dos principais polos turísticos de Santa Catarina em equipamentos de infraestrutura para a atracação de grandes navios de cruzeiros, que garantem uma receita per capita maior do que a registrada em relação aos visitantes que chegam por outros meios de locomoção. Em função de uma visão muitas vezes míope e da burocracia, nos últimos anos não se avançou na tentativa de mudar esse panorama.
Reportagem especial publicada nas páginas 4 e 5 da edição de hoje do Diário Catarinense revela que o gargalo também afeta embarcações menores ao mostrar a falta de vagas para iates e lanchas em Santa Catarina, especialmente em Florianópolis. A constatação de que a média de ocupação das marinas varia entre 90% e 100% antes da chegada do verão, remete a uma falta de planejamento crônica que afeta não só a imagem da Capital, mas de todo o Estado – ironicamente o segundo do país no mercado nacional de construção de barcos. Um segmento que movimenta mais de R$ 1 bilhão por ano.
Presidente do Instituto de Marinas do Brasil e integrante do Comitê Internacional de Marinas, Cláudio Brasil do Amaral, pondera que o problema é nacional, mas que o quadro da significativa demanda reprimida em Santa Catarina já é de caos. E mexe em terreno polêmico ao diagnosticar que os projetos de novas marinas não saem do papel pela dificuldade de obtenção das licenças ambientais dos respectivos órgãos públicos. Segundo especialistas, Florianópolis tem vocação para ser o maior destino náutico do Brasil por causa de sua posição geográfica. O consultor Ernesto São Thiago cita, inclusive, a localização estratégica da cidade, entre o Rio de Janeiro e Punta del Leste, balneário no Uruguai. Falta, então, uma mobilização mais eficiente para que essas reivindicações não sejam recorrentes. E que os próximos verões sejam diferentes.
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