O que se viu foi uma mudança comportamental no enfrentamento
da situação. Sinal de maduro aprendizado com infortúnios anteriores.
Desde as primeiras previsões angustiantes e preocupantes de que o índice pluviométrico pudesse resultar em mais uma enchente, o que se viu foi uma positiva mudança comportamental em Santa Catarina no enfrentamento da situação. Sinal de um maduro aprendizado com infortúnios anteriores. É retrato evidente de que o Estado está mais preparado para atuar diante de emergências, focando em ações integradas entre os órgãos públicos e com a importante parceria de entidades organizadas.
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A mobilização dos últimos dias tem envolvido todos os setores. Preocupadas em garantir uma intensa e responsável divulgação de dados oficiais, as prefeituras canalizam esforços para abastecimento de informações de interesse público aos cidadãos. A Defesa Civil do Estado e a de municípios divulgam vários boletins extras sobre níveis dos rios, condições de rodovias, deslizamentos, cuidados com descargas elétricas e orientações destinadas a desabrigados (acolhidos em abrigos públicos) e desalojados.
Igualmente as redes sociais têm sido usadas de forma eficiente na troca de atualizações sobre os pontos mais atingidos. Isso tudo permitiu, por exemplo, que milhares de pessoas em áreas de risco tomassem decisões com mais serenidade e procurassem refúgio antes do agravamento da situação. Até ontem à noite o saldo era de perdas materiais apenas.
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Agilidade e transparência são fundamentais por parte do poder público. E neste momento em que dezenas de municípios sentem os efeitos das chuvaradas, essas ações adquirem relevância excepcionalmente maior. Neste sentido, Santa Catarina avançou. De forma geral, percebe-se que o poder público demonstra que vem aprendendo com erros do passado, quando alertas a respeito de fenômenos meteorológicos custavam a ser antecipados e informados com a devida presteza aos contribuintes.
Por fim, o drama que afeta novamente milhares de famílias não deixa de evidenciar a imprevisão de governantes de todas as esferas na prevenção efetiva das cheias. Inflada por uma legítima indignação de todos, afetados ou não diretamente pelas águas, é imprescindível que a causa seja encampada de forma corajosa.
Afinal, em meio a mais uma situação emergencial, as lembranças das catástrofes de 2008 e de 2011 ainda estão nas se esvaíram totalmente da memória.