Maior serviço público de urologia do estado de São Paulo, o Centro de Referência em Saúde do Homem atendeu 15 mil pacientes para consultas de oncologia e patologias da próstata em 2011. Desse total, 20% se recusaram a passar pelo exame retal para diagnóstico do câncer de próstata.

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O coordenador do centro de urologia, Cláudio Murta, alerta que certos tumores só são detectados por meio do exame do toque, como é popularmente conhecido. Para ele, o percentual de homens que deixam de se submeter ao procedimento é alto e preocupante.

– Existe uma questão cultural de os homens acharem que, ao fazer o toque retal da próstata, vão perder a masculinidade. Tem uma questão também do homem que, por ser o provedor da casa, não quer faltar ao trabalho para ir ao médico – comenta Murta sobre as razões que levam os pacientes a evitar o exame.

Essas resistências vêm, entretanto, sendo vencidas ao longo do tempo. De acordo com Murta, nos últimos 15 anos, precebe-se que vem caindo gradativamente o número de homens que se recusam a fazer o exame. E isso se reflete nos números de diagnóstico precoce de câncer de próstata. A identificação da doença nos estágios inciais facilita o tratamento e o torna menos invasivo. A partir dos 45 anos, todos os homens devem fazer um check up anual.

– Podemos afirmar que os homens estão mais conscientes e, por influência da esposa e dos filhos, buscam mais ajuda médica. Mesmo assim, eles ainda vivem menos do que as mulheres – diz Murta, ao alertar que o público masculino precisa dar mais atenção à saúde.

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