Ainda sobre a minha abordagem que trouxe aqui para o Rolê: a constatação de que a maior parte das badaladas casas noturnas da Grande Florianópolis não adiciona em suas páginas, sites e mecanismos de divulgação, fotos de pessoas negras, venho trazer algo que mostra a percepção de um, dos muitos que concordam com o que evidenciei. Abaixo, disponibilizo um texto que que me foi enviado e, claro, me enche de orgulho:
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“O Edsoul levantou uma questão sobre fotos de negros em balada. O ponto é que não há fotos ou, quando tem, são poucas. E a situação fica mais triste ainda quando a gente lê os comentários, testemunhos de fotógrafos dizendo que a casa noturna só deixa postar foto de gente bonita. Oi? Desculpa, mas eu devo ter problema.
É cada negro e negra lindos que eu vejo em balada e que vi comentando no post dele. Então, a questão não é a beleza, o buraco é um pouco mais embaixo. Há tempos venho criticando a existência das “mulheres iscas” em fotos de casas noturnas, inclusive, não tiro mais foto com fotógrafo da casa exatamente por isso.
Esse marketing velho, ultrapassado e ofensivo que alguns pubs e casas noturnas insistem em continuar fazendo. Colocam fotos de mulheres bonitas (na visão da casa) para atrair macho que vai gastar muito com bebida. Agora, olhando por fora, num contexto geral, quando você entende que essas fotos são pra atrair pessoas que irão gastar razoavelmente bem e você percebe que não tem negros ou há poucos nas fotos (detalhe que as casas tem um número considerável de frequentadores negros), o que te parece?
Na minha visão, e na de muitos, pelo o que percebi, é que para esses lugares o negro não é atrativo. Por mais lindo(a) que seja ele não merece um lugar no seu site porque não vai atrair um bom público. Muita gente acha que é mimimi, que racismo não existe, que as pessoas gostam de se vitimizar, mas é porque não conseguem olhar para além de seu umbigo.
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Tá mais do que na hora dos profissionais de marketing saírem de sua zona de conforto e encontrar uma maneira mais inclusiva para atrair seu público. Independente da cor, homens e mulheres frequentam baladas, não somente mulher branca quase nua. Já passou da hora dessas casas acordarem, já estamos no século XXI, pra quem ainda não entendeu. Quem discrimina uma hora se afunda sozinho”.
Minha amiga Leila, obrigado pela posição firme e por nos remeter a uma reflexão que só faz aumentar o desejo pelo tão sonhado igualitário.
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