Considerado um dos maiores Réveillons à beira-mar do país, recebendo comparações até com a virada em Copacabana, no Rio de Janeiro, a festa em Balneário Camboriú reuniu uma multidão na Praia Central nesta segunda-feira. E se tem uma palavra que define bem o espetáculo que o Litoral catarinense presenciou, ela é diversidade.

Continua depois da publicidade

Pessoas de todos os cantos do Brasil e de países vizinhos vieram para Balneário e região acompanhar a queima de fogos e as badaladas festas em clubes e casas noturnas, já internacionalmente famosas. Na areia, no mar, nas calçadas e no meio da Avenida Atlântica, diferentes línguas, culturas, credos, ideologias e etnias se encontraram em uma confraternização que só momentos como os da passagem de ano podem proporcionar. Em uma breve caminhada pela orla era possível observar casais dançando, obras de arte na areia, rituais supersticiosos e até estilos alternativos de brindar 2013.

As celebrações mais comuns, claro, também têm espaço, com champagne e roupas brancas para brindar 2013. É o caso de Janaína Dias, que veio com um grupo de amigas de Passo Fundo (RS). Bem antes da meia-noite elas já comemoravam o Ano-Novo com taças na mão e alegria de sobra para encerrar 2012. _ Faz alguns anos que a gente passa o Réveillon aqui e é ótimo. A festa é sempre muito bonita.

Ritmo da paz

Com o rosto pintado e caminhando sozinho pela areia da Praia Central, Zalias Antônio Vicente, 47 anos, batia um pequeno bumbo feito por ele mesmo em ritmo constante pouco antes da meia-noite. O som, segundo ele, transmite positividade e pede paz ao mundo no ano novo que começou. Natural de Caxias do Sul (RS), ele vive em Balneário Camboriú há 20 anos, sempre levando boas mensagens às pessoas que encontra pelo caminho. Em um dia ainda mais especial como o da virada, a missão não podia ser diferente, e ele percorreu toda a orla da praia cantando e distribuindo tranquilidade ao ambiente agitado do Réveillon. _ Essa batida é a vibração da paz para todo o universo em 2013. É uma música que pede que a força da paz cresça sempre mais entre os povos e as nações _ explica.

Continua depois da publicidade

A rua para dançar

À espera do Réveillon, muitos moradores e visitantes curtiram as apresentações musicais na Praça Almirante Tamandaré. As apresentações de artistas locais trouxeram variados estilos à Avenida Atlântica antes da virada, que iam da MPB ao eletrônico. Turistas de Curitiba (PR), os namorados Felipe Sandrini Pereira, 23 anos, e Fernanda Curi, 22, vêm há alguns anos para o Litoral catarinense para a virada. Por aqui eles ficam no apartamento da tia de Felipe, que fica bem próximo da Praça. Às vésperas do Réveillon, aproveitando a interdição da Atlântica para veículos, o casal aproveitou a festa dançando animado no meio da rua mesmo. _ Já que não dá pra tomar banho, vamos dançar _ brinca Fernanda, afirmando que a região ficou sem abastecimento de água por algum tempo.

Homenagem na areia

Na praia, já próximo das calçadas da Avenida Atlântica, uma escultura na areia chamava atenção pela beleza e pelo detalhamento dos desenhos. A obra de arte trazia imagens de Balneário Camboriú, de Santa Catarina e de todo o país, em uma homenagem que o artista italiano Iannini Antônio, 60 anos, fez ao Brasil para o Ano-Novo. Pela primeira vez passando o Réveillon na cidade, ele não demorou a conhecer alguns pontos turísticos e partir para o trabalho. Foram 6h por dia, durante duas semanas, para chegar ao resultado que milhares de pessoas puderam conferir ontem à noite. _ Há 15 anos faço esse trabalho, e em cada país que vou retrato as minhas impressões do lugar. Balneário é muito bonita _ diz. ?

Superstição no mar

Com tantos turistas, de tantas regiões do país e até do Exterior, a diversidade de culturas e crenças também é grande. O tradicional pulo das sete ondas à meia-noite é uma das simpatias que sempre aparecem nesta época do ano. Muitas pessoas mantiveram a superstição, como Paola Pereira, 20 anos, e Halana Oliveira, 18. Vindas de Curitiba para passar a virada com amigos, elas mantêm religiosamente a tradição a cada Réveillon. _ Claro que traz sorte e boas energias pro ano novo! _ respondem quando perguntadas se realmente acreditam na força dos pulinhos ou fazem só por brincadeira. Maicon Leandro dos Santos, 27 anos, Gildo Machado, 24, e Maicon Silas Santos, 22, também cumprem o ritual todos os anos. Pela primeira vez em Balneário no Réveillon, o trio aprovou a grande festa à beira-mar e espera começar 2013 com o pé direito. _ Sempre dou os pulinhos, acho que ajuda a ter um bom ano sim. Tem que acreditar, né? _ comenta Maicon Leandro.