As cenas da pancadaria generalizada envolvendo torcedores de Atlético-PR e Vasco, exibidas ao vivo da Arena Joinville para todo o País e repercutidas em noticiários do mundo inteiro, completam um ano nesta segunda-feira. Joinville recebeu o duelo, válido pela última rodada do Brasileiro de 2013, porque o estádio do Atlético-PR estava em reformas para a Copa do Mundo.

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Identificados por uma investigação que garantiu a denúncia contra 31 envolvidos e a prisão de 25 deles, nenhum torcedor acusado foi punido judicialmente. Hoje, todos respondem aos processos em liberdade. O episódio teve desdobramentos em cinco ações criminais que tramitam na 1ª Vara Criminal de Joinville. A maior delas, que tem 24 réus denunciados por dano qualificado, quadrilha e promoção de violência em evento esportivo, ainda não teve audiência marcada.

Nesta ação, os envolvidos chegaram a ser obrigados a permanecer em delegacias durante as partidas do Atlético-PR, mas agora só têm de assinar uma certidão na DP quando houver jogo da equipe paranaense, sem ter de ficar no local. Alguns, inclusive, foram autorizados a assistir jogos da Copa do Mundo na Arena da Baixada, em Curitiba. As medidas restritivas foram impostas na medida em que os denunciados presos ganhavam o direito à liberdade.

A acusação mais grave diz respeito à tentativa de homicídio praticada contra o torcedor Estevam Vieira da Silva, do Atlético-PR. Ele ficou desacordado ao ser atingido por golpes de uma barra de madeira com um parafuso na ponta. Acusado de praticar as agressões, o torcedor vascaíno Leone Mendes da Silva irá a júri popular. A decisão de levá-lo ao banco dos réus pelo crime foi publicada na última quarta-feira.

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Por enquanto, Leone é o único a ter julgamento confirmado, mas sem data marcada. Outros seis denunciados por tentativa de homicídio respondem a processos separados e ainda terão o futuro decidido pela 1a Vara Criminal. O andamento das ações deixou de se desenrolar com urgência porque já não há mais réus presos.

Como praticamente todos os envolvidos são do Rio de Janeiro e de Curitiba, as principais movimentações processuais dependem de intimação por cartas precatórias enviadas às cidades.

Assim, as tramitações são mais demoradas se comparadas aos demais processos.

Ações de indenização por danos morais e materiais também foram enviadas ao Fórum de Joinville em pelo menos sete processos diferentes. São torcedores que cobram compensação pelo dinheiro gasto com o ingresso e pelo transtorno sofrido em razão dos acontecimentos.

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Somente um torcedor teve direito a receber do Atlético-PR (mandante da partida) os R$ 100 gastos com o ingresso, mas não houve compensação pelo dano moral. Outro torcedor, que ajuizou ação com pedido semelhante, teve recusada a devolução do dinheiro.

Duas ações aguardam audiências e outras duas esperam por sentença. Curiosamente, uma ação de pedido de antecipação de tutela foi ajuizada na tentativa de afastar o presidente da CBF, José Maria Marin, e a inclusão do Vasco na Série A deste ano. O pedido foi negado ainda em fevereiro.

Conheça os processos e saiba por quais crimes cada envolvido no caso está respondendo.