Sob o forte calor atípico para o mês de agosto, dois operários trabalhavam ontem à tarde na ponte da Avenida Jacob Ardigó, em Itajaí. Com prazo de entrega atrasado há um ano, a obra segue em ritmo lento e a previsão da prefeitura é de que a estrutura fique pronta em dezembro. O motivo, segundo a secretaria de Obras, seriam as dificuldades financeiras vividas pela construtora responsável pela execução do projeto.

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A construção da ponte está orçada em cerca de R$ 4,5 milhões, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A obra, esperada desde 2011, começou em 2013. No período, recebeu um aditivo de R$ 450 mil. Em dois anos, a viga principal ainda não foi instalada e é possível identificar um desnível na cabeceira do bairro Cidade Nova.

O desnível, de acordo com o coordenador técnico da Secretaria de Obras, Marcelo Schilikmann, se deve a um erro no momento da concretagem, que deve ser corrigido assim que a viga principal for instalada e houver uma nova concretagem. Ele garante que o problema não oferece riscos à estrutura.

O secretário de Obras Tarcísio Zanelato atribui o atraso na execução da obra a um problema financeiro da empresa vencedora da licitação, a Hejos Engenharia e Sistemas Estruturais Ltda. Segundo ele, a construtora estaria bem financeiramente quando venceu a concorrência, mas enfrenta uma crise desde que executou uma obra no exterior.

_ Assumo a responsabilidade por ter optado junto com o prefeito Jandir Bellini em tocar a obra em ritmo lento. Se cancelássemos o contrato, teríamos que fazer um novo projeto e uma nova licitação e a empresa provavelmente entraria com recurso para justificar os problemas _ argumenta Zanelato.

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Problemas no trânsito

Enquanto isso, os moradores da região que sofrem com o trânsito de ruas transversais como a José Pereira Liberato, sonham com o dia em que vão poder cortar caminho cruzando a ponte sobre o rio Itajaí-Mirim

_ Para mim aliviaria muito, se estivesse pronta seria bom demais e também desafogaria o trânsito da Agílio Cunha e da Rua Silva dos caminhões pesados _ afirma o aposentado Antonio Evaristo, 74 anos.

O morador do Cidade Nova Orlando Silva, 53 anos, conta que sempre pega a Heitor Liberato para ir para o Centro, mas se a ponte já estivesse pronta, poderia utilizá-la como atalho e o caminho seria bem mais curto.

Contraponto

A reportagem não conseguiu localizar nenhum responsável pela empresa Hejos Engenharia e Sistemas Estruturais Ltda para dar a sua versão sobre o atraso na execução da ponte.

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