Mais de um quarto (26,2%) dos desempregados no Brasil procuram trabalho há, pelo menos dois anos, o que equivale a 3,3 milhões de pessoas nessa condição. A taxa é uma das maiores para um trimestre desde 2012, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE.

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Em um ano, houve alta de 196 mil pessoas no total dos brasileiros que buscam emprego há dois anos ou mais. Esse total era de 1,4 milhões em 2015. Segundo o IBGE, este é um indicador com tendência de crescimento em função da dificuldade da inserção no mercado de trabalho a partir do início da crise econômica, em finais de 2014.

— A proporção de pessoas à procura de trabalho em períodos mais curtos está diminuindo, mas têm crescido nos mais longos. Parte delas pode ter conseguido emprego, mas outra aumentou seu tempo de procura para os dois anos — avalia a analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy.

O elevado tempo de procura por emprego é um dos fatores que ajudam a explicar o desalento, por exemplo. No segundo trimestre, o país tinha 4,9 milhões de desalentados, aqueles que desistiram de procurar emprego. A maior parte está na Bahia (766 mil pessoas) e no Maranhão (588 mil pessoas).

Esse contexto também influencia a informalidade em um mercado de trabalho composto por 19,4 milhões de trabalhadores por conta própria sem CNPJ, 11,5 milhões de empregados sem carteira assinada e 873 mil de empregadores sem CNPJ.

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Entre os Estados com maior aumento na proporção de trabalhadores sem carteira assinada, na comparação com o primeiro trimestre, estão Amazonas (33,5%), Amapá (24,6%) e Tocantins (20%).

SC registra menor taxa de desocupação no segundo trimestre

No segundo trimestre do ano a taxa de desocupação recuou em 10 Estados, permanecendo estável nas demais. As maiores taxas foram observadas na Bahia (17,3%), Amapá (16,9%) e Pernambuco (16%) e as menores em Santa Catarina (6%), Rondônia (6,7%) e Rio Grande do Sul (8,2%). A taxa de desocupação do país no segundo trimestre foi de 12%, ficando abaixo do registrado no primeiro trimestre (12,7%) e do segundo trimestre de 2018 (12,4%).