Dois dias depois do acidente envolvendo um carro e a triatleta amadora Ina Ostrom, 27 anos, na manhã de domingo na SC-401, em Florianópolis, o caso continua sem investigação. A ocorrência foi registrada na 5ª DP, a unidade de plantão da Capital, mas será encaminhada para a 7ª DP, em Canasvieiras, responsável pela região onde ocorreu a colisão. Isso deveria ter ocorrido na segunda-feira, mas nesta terça o caso segue parado. A 5ª DP afirma que já mandou o registro, mas a 7ª DP ainda não o recebeu. O motorista que atingiu Ina fugiu do local.
Continua depois da publicidade
Motorista foge após atropelar ciclista na SC-401, em Florianópolis
Os pais do jovem, que teria 20 anos, procuraram a família da atleta na segunda-feira e foram até o Hospital Celso Ramos, onde ela está internada sem previsão de alta. A identidade dele ainda não foi confirmada.
Uma jovem que estava com um grupo de amigos na mesma festa de onde saiu o motorista causador do acidente relatou à reportagem do Diário Catarinense os momentos que antecederam a batida e o que eles viram com o impacto. Ela não quis se identificar, mas se colocou à disposição da família para prestar depoimento de forma anônima caso necessário.
Continua depois da publicidade
Polícia localiza carro que atropelou triatleta na SC-401
Segundo a jovem, logo depois de saíram na festa que ocorreu em Jurerê, um carro em alta velocidade passou por eles pelo acostamento e quase bateu no veículo em que ela e amigos estavam.
— Ele ultrapassou pelo acostamento, estava em alta velocidade. Em seguida vimos na frente que um corpo saltou por quatro ou cinco metros de altura, saiu rodando no ar e caiu num terreno do lado — relata.
Ela diz que os amigos não pararam o carro por conta de uma colega que estava com o pé machucado e precisava ir ao hospital. Além disso, como outros veículos já haviam parado para prestar socorro, eles optaram por seguir adiante. Segundo a jovem, o grupo achou que o pior tinha acontecido:
Continua depois da publicidade
— Achávamos que ela tinha morrido, também por isso não paramos. E vimos que logo alguns carros pararam. Foi um impacto imenso.
A moça também descartou a versão dada pelos pais do motorista na visita ao hospital. Eles teriam dito que o rapaz dormiu ao volante e por isso atropelou a triatleta.
Mãe de Ina desabafa nas redes sociais
A mãe de Ina postou um desabafo na sua página pessoal no Facebook nesta segunda-feira. Yara Guasque escreveu que a filha teve traumatismo craniano, fratura do osso do rosto e suspeita de rompimento do ligamento do joelho. Disse ainda que Ina está bem, mas não sabe ainda se será necessária uma intervenção cirúrgica.
Continua depois da publicidade
— Também meus sentimentos são de raiva, de vergonha, de nojo, de repulsa, de indignação. Acho que a sociedade tem de se responsabilizar pela violência e desrespeito à vida, aos seres e suas famílias sanguínea e afetivas.
A advogada da família de Ina, Jucélia Corrêa, disse na tarde desta terça-feira que os familiares do motorista entraram em contato para se colocar à disposição para prestar a assistência necessária à triatleta.