O presidente Barack Obama e seu rival republicano Mitt Romney se enfrentam nesta noite para o último debate na disputa pela Casa Branca, num momento em que as pesquisas mostram os candidatos lado a lado a duas semanas das eleições de 6 de novembro.
Continua depois da publicidade
O duelo de 90 minutos, focado em política externa, começou às 21h locais (23h de Brasília) na Flórida (sudeste), um dos Estados onde cada voto está sendo disputado.
O primeiro bloco foi sobre a situação do Oriente Médio e os desafios dos Estados Unidos na região. A pergunta foi, especificamente, o problema da Líbia, onde o embaixador americano foi morto em Benghazi no dia 11 de setembro.
Romney, o primeiro a falar, felicitou Obama pela morte de Osama bin Laden, mas disse que é preciso repensar a estratégia para o Oriente Médio.
– Vamos ajudar essas nações, onde muitos grupos nos odeiam, a construir uma sociedade civil mais forte – disse o republicano.
Continua depois da publicidade
Obama defendeu seu governo e reforçou sua posição como líder:
– Meu trabalho como comandante desta nação é manter as pessoas seguras. O que acorreu em Benghazi foi uma tragédia. Mas nos vamos caçar quem cometeu os assassinatos. No outro dia, porém, as pessoas marchavam nas ruas em apoio aos Estados Unidos.
Questionado sobre a decisão de retirar o apoio do ex-ditador do Egito Hosni Mubarak durante as revoltas que tomaram conta da praça Tahir e que culminaram com um governo liderado por muçulmanos, Obama manteve a posição:
– America precisa ficar ao lado da democracia. Mas o governo egípcio precisa ser pressionado para reconhecer os direitos de minorias, inclusive mulheres, além do tratado com Israel.
Romney criticou a postura de Obama como líder, mas concordou com postura do presidente no caso egípcio.
Continua depois da publicidade
– Os EUA têm a responsabilidade de proteger princípios que tornam o mundo mais livre _ disse o ex-governador do Massachusetts.
Embora o debate fosse sobre política internacional, os dois candidatos entraram em assuntos domésticos como economia, emprego e educação, algo mais atraente para o eleitorado.
O presidente reafirmou a política de independência energética, afirmando que o país reduziu a importação de petróleo a um nível recorde.
Romney reforçou que o país tem de multiplicar os parceiros comerciais:
– América Latina, que tem uma economia quase do tamanho da China, é uma grande oportunidade para nós.
Continua depois da publicidade
Ao longo do debate, os candidatos se atacaram mutuamente, mas em um tom mais ameno – sem ser amigável, claro – do que no segundo debate. O ponto básico da estratégia de Obama era mostrar o Romney como um candidato não inexperiente e não preparado para comandar a nação mais poderosa do globo. No contra-ataque, o republicano tentava mostrar que a liderança do atual presidente era deficiente e fazia os EUA parecerem fracos aos olhos dos adversários do país.
Embora política externa não seja um tema preponderante para os americanos na hora de escolher o candidato (exceto quando existe a sensação de que o país está ameaçado), o debate é importante porque é um momento no qual os candidatos têm uma oportunidade para demonstrar uma imagem de que podem ocupar o mais alto cargo do executivo dos Estados Unidos.