Reeleito presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Joinville (Sinsej), Ulrich Beathalter já tem uma meta definida para seus próximos três anos no comando da entidade: a recuperação do que chama de perdas salariais acumuladas nos últimos 20 anos.
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Na eleição realizada entre segunda e terça e que só teve seu resultado confirmado na madrugada de ontem, Ulrich recebeu 2.946 votos, 64,78% do total, contra 1.580 de sua oponente – equivalente a 34,74% -, a professora Rita de Cássia. Enquanto isso, 22 funcionários públicos anularam seus votos.
Definida a meta para o mandato, o primeiro embate do presidente da chapa “Unidade, Organização e Luta”, será buscar em maio com o prefeito Udo Döhler (PMDB) o aumento real de 5% para os servidores, além da inflação acumulada no período, que ficará na casa dos 7%.
– Vamos manter a pauta que já foi aprovada. Inclusive, já entregamos o plano ao gabinete -, comenta o presidente.
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Este é o primeiro de uma série de pedidos já protocolados na Prefeitura de Joinville e que estão em análise na Secretaria de Gestão de Pessoas. Entre outras reinvindicações, estão na pauta do sindicato neste ano a universalização do vale-alimentação – hoje, só recebe quem ganha até R$ 2 mil -, a transformação do ambulatório dos servidores em policlínica e a ampliação da insalubridade para várias categorias.
A candidata derrotada, Rita de Cássia, afirmou na tarde de ontem que reconhecia a legitimidade do pleito e desejou sorte ao vencedor.
– O que vale é a democracia. Os funcionários escolheram. Tem que haver respeito e credibilidade. Desejo muita sorte para Ulrich e sua equipe -, disse.
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Entrevista/Ulrich Beathalter
“Papel da CUT foi importante”
A Notícia – Como o senhor avalia o resultado desta eleição?
Ulrich Beathalter – É a consolidação do trabalho feito nos últimos três anos. O papel da CUT foi importante, aumentando a consciência dos servidores. Passamos por um longo período em que a categoria não participava do sindicato e hoje percebemos uma participação ativa.
AN – Já conhecendo o cargo que o senhor deve ocupar pelos próximos três anos, qual será a principal diferença entre o primeiro e o segundo mandato?
Ulrich – A própria vitória esmagadora traz muito mais responsabilidade. O primeiro mandato foi uma experiência. A categoria gostou e aprovou nosso trabalho, mas agora vai exigir muito mais. Há ansiedade e mais expectativas para a nova gestão. Teremos trabalho redobrado.
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AN – E para este ano, qual é a principal bandeira do funcionalismo?
Ulrich – Os primeiros passos são a manutenção da recomposição das perdas salariais, já que nos últimos anos a categoria teve perdas históricas, e uma atenção especial à saúde dos servidores. A Prefeitura deve apresentar uma solução para o atendimento, pois ainda não temos plano de saúde e um ambulatório adequado para atender mais de 10 mil servidores.
AN – Como vai ser sua relação com o prefeito Udo Döhler?
Ulrich – O governo começou uma gestão tumultuada com relação à categoria. Houve vários ataques em curto espaço de tempo: aumento da jornada, parcelamento dos salários, fechamento de escolas. Enfim, muita coisa ruim aconteceu para a categoria. Esperamos que, com a pauta de reivindicações e com a campanha salarial, os ataques cessem e, de fato, todo o discurso de valorização do servidor comece a ser posto em prática. O prefeito Udo tem recebido a categoria. Já nos encontramos em duas oportunidades. Resolvemos a questão do Hospital São José com diálogo. Mas precisamos resolver com urgência a campanha salarial, o calendário escolar e os recessos da categoria. Esperamos que até a próxima semana a Prefeitura abra espaço agenda para resolver estes impasses.
AN – O pedido de reajuste em 5% de aumento real mais a inflação está mantido? A pauta de reinvindicações pode passar por mudanças?
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Ulrich – Vamos manter a pauta que já foi aprovada. Inclusive, já entregamos o plano ao gabinete. Tudo o que está lá foi pedido pelos próprios servidores, construído nas discussões realizadas em cada local de trabalho.
AN – A exemplo do que ocorreu com os escritórios de Garuva e Itapoá, o Sinsej pensa em expandir para outras cidades, como Barra do Sul, Barra Velha e Araquari?
Ulrich – O desejo de ter um escritório do sindicato tem que partir dos próprios servidores. No momento, não há conversa com nenhuma categoria que atua em cidades vizinhas. Mas, se houver interesse, realizaremos discussões com os servidores do município que nos convidar e com os servidores de Joinville.
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AN – Esse vai ser o último mandato do senhor ou pensa em se reeleger novamente?
Ulrich – É sempre bom manter uma alternância. O estatuto não prevê nenhum impedimento. Mas, de fato, eu ficaria muito feliz em ver que novas lideranças foram construídas. Vamos continuar trabalhando e temos três anos para preparar novos líderes que possam concorrer em outras eleições.