Nos próximos dois dias, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vai debater novamente o "contingenciamento" do Governo Federal. Segundo a instituição, o orçamento para este ano está comprometido devido à falta de verbas repassadas. Nesta segunda-feira (2), às 18h, ocorre uma assembleia. Já na terça, às 14h, está marcada uma sessão pública do Conselho Universitário.
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Os encontros vão acontecer no auditório Garapuvu, no Centro de Cultura e Eventos, e serão abertos a estudantes, professores e técnicos-administrativos da UFSC. Por isso, a Administração Central da instituição orientou para que as atividades sejam suspensas no período. A reitoria informou que os professores poderão suspender as aulas hoje a partir de 16h, e amanhã a partir das 13h.
As discussões também vão se voltar para o “Future-se”, projeto do Ministério da Educação para tentar estimular a captação de recursos. O MEC alega que a adesão não é obrigatória, mas que firmar parcerias entre União, universidades federais e organizações sociais seria uma solução para melhorar a situação financeira. Por outro lado, uma das críticas contrárias está em torno do risco à autonomia universitária. A UFSC mantém um grupo de trabalho para debater o Future-se.
Medidas emergenciais
Na última quinta-feira (29), o reitor Ubaldo Balthazar se reuniu com alunos, no campus da Trindade, em Florianópolis, para apresentar a situação atual. Segundo a administração, algumas ações podem ser implantadas a partir do dia 15 se não houver liberação dos recursos — entre elas, a restrição do Restaurante Universitário apenas para os estudantes isentos e a suspensão da Semana de Pesquisa e Extensão (Sepex) deste ano.
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Segundo a reitoria, a UFSC teve o bloqueio de R$ 43,5 milhões dos R$ 145 milhões orçados para gastos de custeio, como limpeza, vigilância, energia e manutenção. Além disso, um valor de R$ 1,5 milhão para investimentos ficou retido pela União. A universidade soma R$ 60 milhões de impacto, devido ao montante através de emendas parlamentares, porém o Ministério da Educação (MEC) contabiliza R$ 45 milhões contingenciados de custeio e investimento.
Menos recursos para bolsas
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, o MEC decidiu cortar pela metade o orçamento da Capes, responsável pela maior parte das bolsas de mestrado e doutorado no país. Para 2020, o valor caiu para R$ 2,2 bilhões — neste ano, são previstos R$ 4,3 bi. Segundo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a intenção com a medida é garantir que as universidades federais tenham quase a mesma quantidade de recursos para custeio, de um ano para o outro.