A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC_) vai cortar café e papel higiênico em 2019. Foi o que afirmou o reitor Ubaldo Balthazar, convidado do programa Estúdio CBN Diário desta segunda-feira.

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O reitor demonstrou preocupação com a queda de recursos liberados para investimentos pelo governo federal. A redução vem ocorrendo desde 2016, quando a UFSC recebeu R$25 milhões para investimentos. Em 2017, caiu para R$18 milhões; em 2018, R$9 milhões; e são R$ 4,5 milhões previstos para o ano que vem. Uma emenda da bancada catarinense, de R$ 90 milhões, foi aprovada no Congresso. O reitor espera que seja liberado, ao menos, um quarto desde valor.

— Precisamos cortar. Vamos cortar em muitas áreas: café e papel higiênico por exemplo. Em muitas universidades já há quem leve de casa. Não quero que chegue a esse ponto, por isso vamos buscar recursos via emendas parlamentares — afirma Ubaldo.

A UFSC tem um orçamento de R$1,5 bilhão. A maior parte da verba é destinada com pessoal.

A falta de recursos atinge a continuidade de obras. O reitor citou a obra do Centro de Ciências Físicas e Matemáticas, que está parada, e o Centro de Ciências Biológicas, cujas obras foram retomadas há pouco.

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O prédio do Instituto de Petróleo e Gás, construído em parceria com a Petrobras, iniciou as obras em 2009, no Sapiens Park, norte da ilha, em Florianópolis, e já gastou R$17 milhões. Está quase pronto, mas com obras paradas. Um projeto de retomada dos trabalhos já foi apresentado à Petrobras e espera-se que a resposta venha em até seis meses.

TRANSPARÊNCIA

Todas as fundações ligadas à UFSC estarão obrigadas a prestar contas e a informar tudo o que ganham no portal de transparência da UFSC que está sendo construído e deve começar a operar em 2019.

O professor Ubaldo afirmou que a UFSC vem aprimorando a gestão para evitar irregularidades. A Operação Ouvidos Moucos, que completou um ano em setembro, apontou irregularidades na utilização de recursos no programa de ensino à distância. A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), fundação ligada ao Ministério da Educação, determinou que a UFSC devolva R$ 1,2 milhão aos cofres públicos- por uso indevido de dinheiro cursos ensino à distância.

— Assessores estiveram em Brasília na Capes negociando e discutindo se vamos ter que devolver esses recursos e como isso vai ser feito — informou Ubaldo.

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Sobre doutrinação ideológica e o projeto escola sem partido, acredita no bom senso e na responsabilidade dos professores:

— A UFSC é escola sem partido, porque ela tem todos os partidos — concluiu.

O professor não descarta a construção de muros ou grades para tornar o campus mais seguro.

— Esse assunto já foi defendido lá na UFSC. Fico em duvida se a solução não seria essa mesmo — finalizou.

Ouça a entrevista do reitor Ubaldo Balthazar ao Estúdio CBN Diário: