Você sabia que um elemento encontrado na água pode ser convertido em energia sustentável e se tornar um substituto para o petróleo? Essa forma de energia está sendo desenvolvida pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na primeira usina de hidrogênio verde do Estado. Nesse domingo (29), a usina da UFSC ganhou destaque no segundo episódio da série “O Futuro da Energia”, no programa Fantástico, da TV Globo. Confira a reportagem no Globoplay.

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A usina localizada no Sapiens Parque, em Florianópolis, foi inaugurada em agosto deste ano e conta com um investimento de R$ 14 milhões. O projeto foi desenvolvido em parceria entre Brasil e Alemanha sendo considerado uma referência tecnológica para o país e para o mundo. Sua principal meta é impactar a sociedade na produção de energia sustentável e na descarbonização da Amazônia, ou seja, na redução da emissão de carbono.

O professor Ricardo Rüther, coordenador do projeto, em entrevista concedida ao programa Fantástico, fala sobre a possibilidade de a tecnologia ser utilizada para gerar energia em áreas remotas da Amazônia, onde a produção depende do diesel, combustível altamente poluente.

— Até o ano 2030, o Brasil vai ter a grande chance de se estabelecer, de se consolidar como um grande produtor de hidrogênio verde — destacou o professor.

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Durante a inauguração da usina, o secretário de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Marcelo Fett, destacou a importância da transição na produção de energia no Estado, que atualmente prioriza a produção de energia elétrica:

— Que possamos replicar essas parcerias em outros projetos para gerar desenvolvimento para o Estado e o Brasil.

Como funciona uma usina de hidrogênio verde?

Para produção dessa forma de energia, os pesquisadores quebram a molécula de água (H2O) e separam o Hidrogênio (H) do Oxigênio (O), em um processo chamado de eletrólise. O resultado desse processo é a extração do hidrogênio verde (H2V), um gás não poluente que pode ser transportado para ser utilizado na indústria local ou internacional.

Esse gás tem potencial de ser o combustível do futuro. Ricardo Rüther, que é pioneiro na pesquisa em energia solar no Brasil, explicou que o processo de extração do combustível é feito com dois insumos: água e energia elétrica em grande quantidade.

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— Esse prédio gera toda a energia necessária e capta toda a água da chuva necessária para a produção — reforçou, citando a expectativa de que o prédio abrigue equipes de pesquisadores que serão incorporados pelo mercado de trabalho com formação de ponta.

Veja fotos da usina:

A estrutura da usina da UFSC

O hidrogênio verde já está sendo produzido no novo bloco do laboratório. O espaço conta com laboratórios nos pavimentos inferiores, salas de aula e de pesquisadores nos pavimentos superiores, e estação solarimétrica no terraço – onde é possível medir os parâmetros solares.

As placas solares são o próprio telhado e revestimento das paredes, diferente dos outros dois blocos do laboratório, onde foram instaladas sobre o telhado. Há, inclusive, um mirante no topo do prédio para visualização dos equipamentos.

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O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, manifestou orgulho da UFSC e a importância da instituição para o Estado e para a Capital:

— Hidrogênio verde é a ponta de tecnologia do mundo, e mais uma vez a UFSC sai na frente. As contribuições da UFSC estão intimamente relacionadas ao desenvolvimento sustentável da cidade — disse.

*Sob supervisão de Andréa da Luz

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