A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) formou um grupo de trabalho para estudar ajustes no calendário acadêmico a fim de repor aulas e atividades perdidas durante a greve dos estudantes, que oficialmente já dura mais de três semanas. A paralisação é motivada pelos cortes no orçamento das instituições de ensino e as políticas de educação do atual governo federal.

Continua depois da publicidade

A partir de deliberação do Conselho Universitário nesta segunda-feira (30), ficou definido que o grupo de trabalho atuará para conciliar as resoluções apresentadas pela reitoria e pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), formando um documento único sobre as reposições das atividades afetadas pela paralisação. A ideia é não penalizar os estudantes que participam da greve, mas isso dependerá de cada caso.

— Haverá ajustes de reposição para todo o período sem aulas. O calendário acadêmico será estendido a partir da definição de cada curso, pois são situações muito diferentes em cada um deles. Por conta disso, não dá pra garantir que os alunos não serão prejudicados. Pode haver situações em que os professores não tenham como repor — disse o chefe de gabinete da reitoria, Aureo Mafra de Moraes, que integra o grupo de trabalho formado pela UFSC para tratar do assunto.

De acordo com Aureo, o documento que definirá o encaminhamento para as reposições das atividades de graduação e pós-graduação já ficou pronto, mas ainda é impreciso porque o andamento da paralisação é incerto.

— Nesse momento, toda a discussão que tem sito feita é ‘em tese’, porque não sabemos quando a greve termina — declarou.

Continua depois da publicidade

Quando foi deflagrado, em 10 de setembro, o movimento já contava com mais de 50 cursos paralisados ou em estado de greve. Porém, no momento, não há informações precisas sobre o tamanho da paralisação. Os estudantes devem se reunir em assembleia novamente nesta sexta-feira (4), ao meio-dia, para fazer uma avaliação da greve e debater os próximos passos.

De acordo com o coordenador geral do DCE, Marco Antônio Marcon Pinheiro Machado, a última contagem feita pelos estudantes, há cerca de 10 dias, indicava 60 cursos paralisados. Mas o próprio presidente reconhece que o número está “defasado”. Ele não soube informar se o movimento diminuiu nos últimos dias “por não ter dados objetivos”.

O calendário acadêmico da UFSC previa, inicialmente, que as aulas fossem até 6 de dezembro, com 18 semanas de aula no primeiro semestre e 18 no segundo, totalizando 200 dias letivos.

— Por enquanto, o que temos é uma resolução que estabelece as condições e os procedimentos para a recomposição do calendário acadêmico. Mas ainda não conseguimos saber o quanto será necessário estendê-lo — afirma o chefe de gabinete da reitoria, Aureo Mafra de Moraes.

Continua depois da publicidade

Greve nacional de 48 horas

Entre quarta e quinta-feira, dias 2 e 3, professores e técnico administrativos da universidade também fizeram paralisações, atendendo a uma convocação do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) para greve nacional de 48 horas em defesa da educação.

De acordo com o presidente da Sindicato das Universidades Federais de SC (Apufsc), Bebeto Marques, a adesão dos professores chegou a aproximadamente 90% durante a quarta. Nesta quinta, servidores e estudantes realizaram ato no Centro de Florianópolis.

Ainda não é assinante? Assine e tenha acesso ilimitado ao NSC Total, leia as edições digitais dos jornais e aproveite os descontos do Clube NSC.