Grupos de trabalho na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) estudam meios para repor as aulas perdidas durante a quarentena de prevenção ao coronavírus. Nas duas universidades públicas, os cursos de graduação estão sem atividades.
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As aulas presenciais nas redes pública e privada em Santa Catarina foram suspensas em 19 de março por força de um decreto estadual válido inicialmente por 30 dias.
De acordo com o chefe de gabinete da reitoria, Áureo Mafra de Moraes, a UFSC elabora estudos para reposição de aulas com diferentes cenários, levando em conta paralisação por 30, 60 ou até mesmo 90 dias.
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— Não é a primeira vez que a universidade enfrenta uma situação de suspensão de atividades. Nós estamos fazendo cenários possíveis de recomposição do semestre, trabalhando diariamente nisso — comenta Áureo.
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Ainda conforme o chefe de gabinete, caso o Governo de Santa Catarina não prorrogue a suspensão das aulas, é possível que a UFSC adote medida diferente.
— Estamos avaliando essa situação com um comitê de especialistas. Precisamos avaliar o contexto da universidade. Só o nosso restaurante costuma reunir cerca de 8 mil pessoas ao meio-dia. Não dá pra admitir um retorno se não houver segurança sanitária — diz.
Na Udesc, um grupo de trabalho composto por gestores da instituição avalia as possibilidades de reposição das aulas na graduação e na pós-graduação. A modalidade de ensino a distância é estudada como meio de auxiliar no processo.
Segundo a assessoria da universidade, a previsão é de que os procedimentos para reposição das aulas tanto da graduação como da pós estejam definidos até o dia 17 de abril.
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"Adotar ensino a distância não é tão simples assim", diz Áureo
Para o chefe de gabinete da reitoria da UFSC, converter o ensino presencial em ensino a distância não é uma tarefa simples e, por isso, no momento a universidade não adotará a medida.
— Não é possível transformar aulas presenciais em aulas a distância automaticamente, sem que haja uma adaptação dos conteúdos e a preparação dos professores. O que leva tempo. Fazer isso de modo automático seria uma irresponsabilidade — comenta Áureo.
Além disso, ele também argumenta que não é possível garantir o acesso à internet e aos equipamentos necessários para todos os estudantes, já que nem todos eles possuem as mesmas condições.
Maioria das federais rejeita ensino a distância
Levantamento feito pelo jornal “Folha de S.Paulo” divulgado na semana passada apontou que, das 63 universidades federais do país, ao menos 38 decidiram não usar aulas a distância durante a quarentena.
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A modalidade foi recomendada pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, mas as instituições federais, assim como a UFSC, afirmam não ter condições de ofertar atividades com a mesma qualidade do ensino presencial e garantir que todos os estudantes tenham acesso ao conteúdo.
A recomendação pelas aulas a distância foi feita pelo Ministério da Educação (MEC) no dia 18 de março, em portaria liberando a modalidade em caráter excepcional para substituir as disciplinas presenciais.