O Conselho Universitário (CUn) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aprovou ontem a criação de uma comissão para acompanhar junto à reitoria os impactos da Operação Ouvidos Moucos na instituição. Além disso, o grupo planeja convocar o corregedor-geral Rodolfo Hickel do Prado para prestar esclarecimentos sobre o andamento das investigações que tratam de suspeitas de desvios de bolsas no programa de ensino a distância.
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Durante a reunião, que durou mais de quatro horas, houve tempo ainda para discussões sobre fatos recentes da universidade, como a tentativa de afastamento do corregedor-geral.
A reunião, marcada inicialmente para discutir a contratação de uma empresa para avaliar possíveis impactos “negativos” na UFSC com os recentes episódios, terminou em um consenso sobre a necessidade de se formar um grupo para tentar responder as dúvidas sobre o que ocorreu e o que ainda pode acontecer na instituição com o andamentos das investigações da corregedoria-geral e da Polícia Federal sobre o programa. Para isso, os conselheiros decidiram convocar Prado.
A reunião reservou tempo ainda para uma discussão sobre eventos recentes da universidade, como a tentativa de afastamento do corregedor-geral pelo ex-chefe de gabinete da reitoria Áureo de Moraes. Uma portaria assinada por ele na semana passada foi anulada pela reitora em exercício Alacoque Erdmann na terça-feira. Em seguida, o professor entregou o cargo de chefe de gabinete da reitoria.
Reunião teve debate sobre continuidade de reitora
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Mesmo com a explicação da reitora, feita no começo da reunião de que tomou a decisão após recomendação de representantes da Controladoria-Geral da União e do Ministério Público Federal, alguns professores manifestaram contrariedade com a anulação do afastamento de Rodolfo Hickel. Além disso, admitiram que a decisão de apoio à permanência de Alacoque na reitoria, decidida em reunião do Conselho no começo deste mês, pode ser revista na próxima terça-feira, quando este tema volta a ser discutido em nova reunião extraordinária.
— Estou decepcionada pelo seu ato, ele mostra fragilidade para a instituição. A sua continuidade está definida? Foi para o Ministério da Educação (MEC)? Diante dos novos fatos, ainda é a decisão que queremos? Pode ser que sim, pode ser que não — disse a professora Sônia Maria Probst, do departamento de Química.
A reitora em exercício manteve seu posicionamento de querer continuar à frente da UFSC e pediu mais união dos professores:
— Termos que ter inteligência para enfrentar desafios. Não adianta nos degladiarmos, isso só leva satisfação para os outros. Somos 52 mil pessoas, não é possível que não tenhamos capacidade de vencer esses desafios que estamos nos deparando a cada dia.
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