O projeto original de duplicação da Rua Deputado Antônio Edu Vieira, um dos principais acessos à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, foi apresentado nesta quarta-feira no Comitê de Mobilidade da instituição. Os professores e a comunidade ficaram satisfeitos com a abertura para o diálogo por parte da prefeitura, mas consideraram a proposta, elaborada há 10 anos, ultrapassada.
Continua depois da publicidade
A Secretaria de Obras de Florianópolis detalhou aos membros do comitê o projeto básico, de 2002, que prevê, além da duplicação para carros, a construção de ciclovia, canteiro central, paradas de ônibus e passeios de três metros, entre o cruzamento da rua com o Bairro Córrego Grande e Armazém Vieira, no Pantanal.
Mas os especialistas da área de engenharia civil e urbanismo da universidade consideram o projeto inadequado à Política Nacional de Mobilidade Urbana, que estabelece a prioridade para pedestres, ciclistas e transporte coletivo em detrimento ao carro.
– Esse projeto é muito automobilístico. Será possível contribuir com ideias de mobilidade sustentável, como incluir canaletas exclusivas para ônibus- observa o professor do Departamento de Automação e Sistemas da UFSC, Werner Kraus Júnior.
Continua depois da publicidade
A comissão pretende conferir propostas alternativas para solucionar o problema de mobilidade na região da UFSC. Há uma ideia até de túnel longitudinal no Maciço do Morro da Cruz, entre Via Expressa Sul e a Penitenciária de Florianópolis, na Agronômica.
O secretário de Obras, João Amin, mostrou interesse em receber sugestões, mas deixou claro que a elaboração do projeto executivo é de responsabilidade da prefeitura. Não quer descartar o plano original por outro, mas sim melhorá-lo.
– Existe um projeto básico, previsto em lei, e precisamos evoluir para o executivo para iniciar a obra – lembra o secretário.
Continua depois da publicidade
O comitê conta com 18 integrantes, entre moradores da região, professores e membros da prefeitura. Serão realizadas reuniões periódicas. A expectativa é concluir o debate até julho. A obra será feita com R$ 10,9 milhões garantidos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
Mesmo se a UFSC não aceitasse o teor do projeto básico, a prefeitura é respaldada pela lei estadual 15.976, que retomou o terreno doado para a UFSC e transferiu para o município. Mas, o Executivo municipal preferiu uma negociação amigável, até porque a universidade ameaçou entrar na Justiça para questionar a lei considerada inconstitucional pela instituição de ensino.