A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) divulgou na tarde desta sexta-feira (30) medidas de redução de despesas que pretende adotar a partir de 15 de setembro caso não sejam liberados recursos bloqueados desde maio pelo governo federal.
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Duas ações de forte impacto já haviam sido antecipadas pela reitoria em evento com estudantes na quinta-feira (29). Tratam-se da restrição dos Restaurantes Universitários (RUs) apenas para estudantes de baixa renda, isentos de pagamento, e do cancelamento da Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (Sepex), evento de divulgação científica que estava previsto para outubro.
As outras medidas envolvem suspensão de novas bolsas, aulas concentradas em três centros de ensino em vez de 11, cortes de viagens, de uso de ar-condicionado e revisão de novos contratos.
A UFSC reforça que só adotará essas reduções se não forem desbloqueados recursos até 15 de setembro. A intenção da universidade é economizar R$ 1,7 milhão com essas medidas. Somado a outro pacote de redução de despesas adotado entre maio e agosto, que já fez revisões de contratos, o fôlego no orçamento chega a R$ 2,9 milhões. O valor, no entanto, é insuficiente para garantir a manutenção das atividades da UFSC a partir de 15 de outubro.
Entenda abaixo detalhes das medidas confirmadas nesta sexta-feira (30):
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Suspensão de novas bolsas
A lista possui medidas a serem tomadas a partir de 15 de setembro se não forem liberados recursos. Uma das mais polêmicas é a suspensão da concessão de novas bolsas e das renovações de vagas de estágio, monitoria, pesquisa e extensão, além de novos editais de bolsas e de apoio a viagens e eventos de extensão.
Segundo a assessoria da UFSC, quem atualmente recebe bolsa não corre o risco de perdê-la, mas, caso ela deixe o posto para outro projeto mais vantajoso, por exemplo, o setor não conseguirá contratar outra pessoa com uma nova bolsa. A universidade também não terá mais tutores de apoio pedagógico – atualmente, 17 bolsistas atuam para auxiliar estudantes que encontram dificuldade nos estudos.
Segundo a nota da UFSC, essa medida pode causar risco de evasão estudantil e prejuízo pedagógico. Todas as ações só serão adotadas se não houver desbloqueio de recursos.
Aulas concentradas em três locais
Outra medida anunciada nesta sexta-feira é o remanejamento das aulas no campus de Florianópolis para concentrar as aulas noturnas e de fim de semana em apenas três centros de ensino. Hoje, essas atividades se estendem em 11 centros de ensino.
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A medida, segundo a universidade, vai ser discutida com os centros, mas pode gerar dificuldades com estrutura física e afetar alunos, professores e também outros projetos que ocorrem à noite e nos fins de semana na UFSC.
Cortes de viagens e de uso de ar-condicionado
A quarta medida de economia, caso não sejam desbloqueados recursos do MEC, é a suspensão de viagens e eventos de capacitação para técnicos e professores. Outra iniciativa será a de restringir o uso do ar-condicionado em todos os setores, exceto aqueles cujo uso é obrigatório, como museu e bibliotecas.
Nova revisão de contratos
Foi anunciada também a revisão e redução de outros contratos de serviço terceirizado em todos os campi da UFSC. Entre maio e agosto, a instituição já havia revisado contratos de áreas como limpeza, vigilância e portaria, com valores acima de R$ 500 mil ao mês. Isso resultou em uma diminuição de 95 postos de trabalho terceirizados e em um respiro de R$ 1,2 milhão, aliado a outras medidas adotadas no semestre.
Agora, outros contratos terceirizados de menor valor devem ser revisados. Ainda não há definição de quantos postos de trabalho serão reduzidos caso a medida precise ser implantada.
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Videoconferência em reuniões
A UFSC também anunciou que irá adotar videoconferência nas bancas com membros externos e em reuniões administrativas com membros dos campi de Araranguá, Blumenau, Curitibanos e Joinville.
Corte de energia elétrica para comerciantes
A universidade também vai suspender o fornecimento de água e energia elétrica para comerciantes e prestadores de serviço que oferecem produtos e atividades na UFSC. A medida deve ajudar a conter gastos, mas, segundo a instituição, vai causar impacto social às pessoas que vendem produtos para a comunidade universitária. A suspensão afeta sobretudo comerciantes como os que vendem produtos na feirinha da UFSC e utilizam energia elétrica local e lavadores de carro.
Medidas não afetam Vestibular 2020
A UFSC confirmou que as medidas de redução e a situação orçamentária da universidade não ameaçam a realização do Vestibular 2020. Segundo a UFSC, o vestibular unificado com a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) está confirmado e será lançado no dia 5 de setembro, às 10h, na Sala dos Conselhos da UFSC.