“A UFSC esclarece que o Vestibular Unificado 2020 está confirmado” anunciou a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) após a assembleia realizada na noite de segunda-feira (3), convocada pelo Conselho Universitário (CUn).
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Conforme a nota, publicada no perfil oficial da instituição no Facebook e no Twitter, o vestibular é um ato administrativo regular, regido pelo Conselho Universitário e, por isso, não será cancelado.
A assembleia reuniu cerca de 4 mil pessoas — entre estudantes, professores e funcionários da universidade — no Centro de Cultura e Eventos Reitor Luiz Carlos Cancelier de Olivo, localizado no câmpus do bairro Trindade.
Conforme informado pela Universidade, a nota foi emitida para esclarecer boatos de que o vestibular estaria suspenso, pois uma decisão como essa não pode ser decidida apenas por assembleia.
O posicionamento definitivo da UFSC em relação ao programa Future-se e aos outros assuntos discutidos na assembleia será anunciado pelo Conselho Universitário nesta terça-feira (3) em uma sessão que ocorrerá às 14h, no Auditório Garapuvu.
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Suspensão foi discutida em assembleia
Além da rejeição ao Programa Future-se, anunciado pelo Governo Federal, a maioria dos participantes da assembleia votou pela suspensão do próximo vestibular. A medida foi proposta pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da instituição e seria válida até que o governo revertesse o corte nos recursos da educação.
O coordenador geral do DCE Luís Travassos, Marco Antônio Marcon Pinheiro Machado, afirma que a reivindicação foi debatida e aprovada no ato, mas é algo que depende da aprovação do Conselho Universitário, a instância máxima de deliberação da universidade.
— É uma suspensão, não é um cancelamento. A gente quer que o vestibular aconteça, mas não sob as condições que a universidade está agora. Sem condição de RU, sem condição de segurança, porque já foram demitidos funcionários terceirizados que faziam a segurança da universidade — explica o estudante.
Para ele, o problema no financiamento das universidades trata-se de um estrangulamento calculado para a aprovação do programa Future-se, anunciado pelo Governo Federal. O estudante destaca ainda que o DCE defende o amplo acesso à universidade e a garantia ao direito ao ensino superior público é uma pauta histórica do movimento estudantil.
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— Não se refere ao DCE não querer a entrada de novos estudantes, se refere à atual conjuntura da universidade em aceitar receber essas pessoas nas condições de assistência estudantil que existem hoje. Imagina um vestibular como esse, que concorrem mais de 32 mil pessoas e mais da metade delas têm uma renda familiar mínima menor que um salário mínimo e meio por mês, significa que a universidade só vai absorver aqueles que têm condições financeiras para se manter — finaliza.