A Universidade Federal da Fronteira Sul lançou nesta quinta-feira um selo comemorativo dos 10 anos de criação da instituição, que será no dia 15 de setembro de 2009. No selo foram destacadas três palavras: conhecimento, inclusão e participação.

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Um dos destaques é que dos mais de oito mil alunos, sendo mais de três mil em Chapecó, 92% de alunos oriundos de escolas públicas, 70% entraram por algum tipo de cota e 84% têm renda familiar de até 1,5 salário mínimo per capita.

– Cumprimos nossa proposta de atender esse público que compõe a maioria dos estudantes dos municípios de abrangência da UFFS, onde somente Chapecó e Passo Fundo tem mais de 200 mil habitantes. Os demais não têm nem 100 mil e muitos não tem nem escola particular. Graças à UFFS um filho de colono pode estudar Medicina – disse o reitor, Jaime Giollo.

Em seus dez anos de atuação a UFFS já formou 3.694 pessoas. Foram investidos R$ 279 milhões em obras nos seis campi: Erechim-RS, Cerro Largo-RS, Passo Fundo-RS, Realeza-PR, Laranjeiras do Sul-PR e Chapecó-SC. Somente em Chapecó, onde está a reitoria, foram R$ 86 milhões. São mais de 40 cursos oferecidos.

Giollo destacou também que a universidade federal evitou a perda e ainda repatriou cérebros que estavam em outras regiões e estados.

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Um dos exemplos é a professora Margarete Dulce Bagatini. Ela é natural de Coronel Freitas e foi cursar Enfermagem na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde também fez mestrado e doutorado. Em 2011 voltou para a região para ser professora na UFFS.

– Eu quis voltar pois é a região onde me criei, onde estão meus familiares e para ajudar em pesquisas que ajudem no desenvolvimento da região – disse.

Ela é uma das orientadoras de uma pesquisa em parceria com a UFSM e a UFSC, que investiga o uso de tucumã, uma fruta amazônica, para combater uma doença que causa cegueira em idosos, denominada degeneração macular associada à idade.

A UFSC também será parceira na implantação de vestibular. De acordo com o reitor Jaime Giollo a intenção é destinar 30% das vagas via vestibular, pois alguns cursos apresentam vagas ociosas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que se baseia em notas do Enem. As provas seriam iguais e aplicadas em várias cidades.

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Giollo disse também que a UFFS está colaborando no fortalecimento do sistema de saúde da região, ao formar e manter profissionais qualificados na região. Em parceria com a Prefeitura de Chapecó vai atuar com profissionais na unidade de saúde do bairro Esplanada.

Outro exemplo de qualificação é o curso de formação em “Pensamento Computacional”, para professores da rede pública do município. Em dez anos já foram 178 mil pessoas envolvidas em atividades realizadas pela UFFS. Uma meta da instituição é avançar em cursos de doutorado.