O comissário de Ampliação da União Europeia (UE) advertiu nesta sexta-feira em Istambul contra o uso excessivo da força na repressão aos protestos que agitam a Turquia, mas descartou que a atual crise comprometa as negociações de adesão do país ao bloco.
Continua depois da publicidade
– As manifestações pacíficas constituem um caminho legítimo de expressão das opiniões. O uso excessivo da força policial não tem cabimento em uma sociedade democrática – disse o comissário Stefan Füle em um discurso na presença do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan.
– Permitam-me pedir à Turquia que não abandone seus valores de liberdade e de respeito dos direitos humanos. E permitam-me assegurar que, da nossa parte, não temos a intenção de abandonar o processo de adesão da Turquia à UE – completou.
Vários países europeus denunciaram as brutalidades policiais contra os manifestantes, que há oito dias pedem a renúncia de Erdogan.
A chanceler alemã Angela Merkel declarou nesta sexta-feira em Berlim que espera que a violência não seja usada contra os manifestantes turcos.
Continua depois da publicidade
– Temos acompanhado os acontecimentos na Turquia e acreditamos que os manifestantes estão em um Estado de Direito e que, por essa razão, o poder deve comportar-se com os manifestantes de acordo com o Estado de Direito – disse Merkel.
Segundo o balanço mais recente da Associação de Médicos da Turquia, a repressão e os confrontos deixaram três mortos (dois manifestantes e um policial) e 4.785 feridos, 48 deles em estado grave.