O almoço em que Udo Döhler (PMDB) conseguiu reunir praticamente todos os vereadores eleitos, nesta segunda – apenas Manoel Bento (PT) não compareceu por problema de saúde na família, mas parabenizou a iniciativa -, foi encarado como “histórico”, mesmo por políticos que estavam ao lado de Kennedy Nunes (PSD) há pouco mais de uma semana.

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Mais do que uma confraternização, como divulgado, ou reunião de trabalho, como Udo definiu, o almoço pode ser entendido como uma primeira demonstração do jeito Udo de governar.

Declarando não querer maioria na Câmara, mas uma legislatura independente, democrática e eclética, que não olhe para interesses partidários e sim em prol da cidade, arrancou mensagens de apoio e conseguiu feitos inéditos.

Para começar, nunca um prefeito eleito havia tomado a iniciativa muito menos conseguido reunir os vereadores eleitos apenas uma semana após as eleições, quando muitos ainda estão com a cabeça quente pela derrota.

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Alguns dos presentes declararam que nem mesmo após prefeitos anteriores serem empossados haviam tido espaço como o oferecido por Udo para se manifestar.

Com uma mãozinha de Luiz Henrique da Silveira (PMDB), Udo conseguiu não só reunir os vereadores, mas fazê-lo na presença dos três senadores catarinenses: o próprio LHS, Casildo Maldaner (PMDB) e Paulo Bauer (PSDB). Uma maneira de demonstrar aos políticos municipais a ponte que tem em Brasília.

Bauer emendou que Udo causou até inveja em outros prefeitos eleitos de SC.

– Ao verem nos jornais que o Udo conseguiu reunir todos os vereadores para um almoço, vários prefeitos me ligaram querendo saber como é que ele conseguiu isso. É inédito -, revelou.

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Em sinal de transparência e “portas abertas”, na presença de cerca de 50 pessoas, entre os vereadores, lideranças, assessores e imprensa, Udo divulgou seu número de celular em público.

Ele disse que está disponível para conversar a qualquer momento (para o almoço, Udo já havia feito questão de ligar para cada um dos vereadores, dispensando convite formal).

O resultado foi uma ampla manifestação de apoio dos vereadores eleitos, a sensação de que terá mesmo a já especulada situação confortável no Legislativo e portas abertas no Estado e em Brasília – encontro do PMDB pouco antes do almoço, com presença do vice-governador Eduardo Pinho Moreira, já havia tido a mesma sintonia.

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As demonstrações do jeito Udo de governar não devem ficar só nisso. Amanhã, o prefeito eleito encara outro compromisso considerado “histórico”: uma reunião às 8 horas com o Sindicado dos Servidores Municipais (Sinsej), a respeito de pleitos da categoria para o próximo reajuste salarial.

O sindicato também se queixava de dificuldades de conversar com prefeitos mesmo depois de empossados.

Desafio e recado

O desafio agora, na visão dos parlamentares e interlocutores, é saber se esse clima democrático e amistoso veio para ficar ou é apenas um período de brisa entre a tempestade da campanha e a que, com base em outras eleições, tende a ser a eleição para a mesa diretora da Câmara, a composição da equipe de governo e o atendimento aos pleitos urgentes da população nos primeiros meses, a prova de fogo de qualquer prefeito.

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