As realizações e os entraves encontrados pela administração municipal, além dos planos para o que está por vir até o fim do mandato, pautaram a prestação de contas do prefeito Udo Döhler (PMDB) em relação aos primeiros 18 meses de governo à frente da Prefeitura de Joinville na noite desta segunda-feira, em encontro na Acij.

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Não só lideranças empresariais e a cúpula do Executivo acompanharam a exposição, mas também nomes políticos como o senador Luiz Henrique da Silveira e o deputado federal Mauro Mariani, ambos colegas de partido do prefeito.

Numa apresentação de slides com dados de todos os setores do governo, Udo Döhler deu ênfase à saúde, à educação e também às reformas já implantadas e em andamento. A construção de cinco novos Centros de Educação Infantil (CEIs), apontou Udo, abrirão 1,6 mil novas vagas para crianças de zero a cinco anos e 11 meses.

Como a apresentação foi aberta a perguntas, o prefeito citou novamente os entraves judiciais ao responder sobre setores de governo e planos que não deslancham, a exemplo da iluminação pública – não há mais serviço de reposição de lâmpadas e a licitação atual é questionada judicialmente por uma empresa concorrente.

– Por que o prefeito não baixa um decreto emergencial? Quando isso acontecer, na semana seguinte o Ministério Público pede o mandato do prefeito. Por enquanto, nos resta nada senão aguardar a decisão do Judiciário. Não podemos repor a iluminação ao arrepio da lei – avaliou.

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Outro tema trazido à tona partiu do presidente da Acij, João Martinelli, que pediu a redução de tributos para reduzir a tarifa do transporte coletivo. A possibilidade de redução do chamado Imposto Sobre Serviços (ISS), respondeu Udo, será analisada. O prefeito ainda observou que as receitas com impostos que ficam no município são “cada vez menos significativas”.

Principais tópicos abordados

Reforma administrativa

A criação da Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente (SSPM), que vai englobar a atual Fundema e parte dos serviços do Ittran e Seinfra, é a grande aposta de Udo para acelerar licenciamentos “sob o mesmo teto”. A transição deve levar mais cerca de 60 dias. Outra aposta de reforma lembrada é a incorporação do Ittran à Secretaria de Proteção Civil e Segurança Pública, que cuidará da Guarda Municipal a ser implantada.

Segurança

Udo reforçou os planos de instalar até o fim do ano o primeiro lote (50) das 200 câmeras de segurança anunciadas pelo Estado para Joinville. As atuais 41 câmeras analógicas serão digitalizadas, diz o prefeito. As demais, espera-se, serão instaladas em até um ano e meio. Udo também mencionou um déficit de pelo menos 300 homens na Polícia Militar, de competência do Estado.

LOT

O projeto da Lei de Ordenamento Territorial (LOT) foi apontado por Udo como o “grande pesadelo” da gestão atual. O prefeito lembrou que a LOT é analisada pelo Conselho da Cidade há quase três anos e foi freada por “uso de judicialização”. O Poder Judiciário e o Ministério Público, apontou Udo, foram “demandados por pessoas que não têm interess em avançar na solução de problemas”.

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Mobilidade

As propostas de mobilidade ganharam atenção à parte do prefeito na prestação de contas. Udo lembrou das soluções para o transporte alternativo em análise pelo PlanMob até o fim do ano. Até lá, reforçou o prefeito, questões como a inatividade dos radares eletrônicos e do estacionamento rotativo terão de esperar. Os eixos viários Norte-Sul e Leste-Oeste também foram mencionados como apostas para os próximos anos.

Iluminação

Questionado sobre o problema de iluminação na cidade (não há mais serviço de reposição de lâmpadas queimadas), o prefeito destacou como mais um “caso típico de judicialização”. Segundo Udo, a opção foi por não baixar um decreto emergencial para garantir o serviço de imediato porque haveria complicações com o Ministério Público. A licitação recém-encerrada é alvo de questionamento por parte de uma empresa que não venceu a concorrência. A Prefeitura aguarda decisão judicial. lei.

Saúde

Aumento de 33% na capacidade de atendimento do Hospital São José, que também ganhou um heliponto, foram destaques na fala de Udo. O prefeito mencionou a construção de nove unidades de saúde da família, reforma de dez e ampliação de outras quatro unidades. Questionado sobre um possível novo hospital, Udo defendeu que a curto e médio prazo há espaço para se ampliar o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt.

Pavimentação

Nas palavras de Udo Döhler, a Prefeitura continua com “cobertor curto” em se tratando de pavimentação. Segundo o prefeito, o orçamento anterior já estava no negativo e as projeções para o próximo semestre não são animadoras. O desaquecimento da indústria metal-mecânica, diz Udo, teve influência na arrecadação de impostos que poderiam ser revertidos nesse segmento.

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