A Udesc encaminhou para a secretaria de Defesa Civil o relatório ¿Estiagem no Oeste Catarinense: diagnóstico e resiliência¿, abrangendo um período de 35 anos entre 1979 e 2013. Nesse período foram dez estiagens e oito eventos de meses de pouca chuva.
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O estudo aponta problemas como drenagem de banhados e retirada de mata ciliar, como agravantes. Também propõe soluções como pagamento por serviços ambientais, conservação do solo, reuso da água, fiscalização, priorizar uso de águas superficiais e educação ambiental.
A Defesa Civil deve encaminhar esse estudo para outra secretarias, para os municípios e também para a Assembleia Legistlativa. O objetivo é definir políticas públicas para preservação e uso da água.
Defesa Civil diz que problema não é falta de água
O secretário adjunto da Defesa Civil de Santa Catarina, Fabiano de Souza, disse que o estudo da Udesc mostra que o problema no Oeste não é falta de água, pois a região tem precipitação acima do normal. Ele afirmou que o maior problema é a gestão da água. Citou que na última estiagem, em 2012, mais de 150 municípios decretaram emergência, mas somente dois, Seara e Formosa do Sul, tiveram problema de abastecimento em área urbana. E em Seara o problema foi na bomba do poço profundo.
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Banalização dos decretos
O secretário adjunto da Defesa Civil afirma que houve uma banalização dos decretos de emergência nos últimos anos. O que deveria ser excepcional acabou virando recurso comum nos municípios.
Excesso de animais
Um dos problemas apontados pelo estudo da Udesc é que em algumas bacias, como a do rio Jacutinga e rio Irani, entre Concórdia e Chapecó, o consumo está próximo da disponibilidade de água, em virtude do grande número de animais. Um suíno consome oito litros de água por dia o que dá 35 milhões de litros por dia somente no Oeste. Para aves são mais 17 milhões de litros por dia. E ainda há o consumo dos bovinos, onde aumentou bastante a produção de leite. Em períodos de escassez de água acaba sendo necessário o transporte de caminhão.
Poços irregulares
O estudo estima que existam 50 mil poços no Oeste e apenas 4,7 mil cadastrados. O secretário adjunto Fabiano de Souza disse que a perfuração de poços artesianos não resolve o problema de estiagem e ainda se torna um risco de contaminação das águas subterrâneas.