O estudo “Estiagem no Oeste Catarinense: Diagnóstico e Resiliência”, realizado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), foi apresentado nesta terça-feira, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo De Nês, em Chapecó, com a presença de lideranças do Oeste Catarinense, secretários de Governo e o governador Raimundo Colombo.

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De acordo com o cordenador executivo do estudo e professor da Udesc, o PhD em Educação Mário Jorge Freitas, o problema de estiagem no Oeste não é a falta de disponibilidade de água.

– Existe água disponível, tudo indica que o problema é a gestão da água – afirmou o professor. O que o ocorre é que há alguns períodos que chove menos, causando alguns problemas de escassez, principalmente no interior dos municípios.

Freitas disse que o estudo apontou que há bons exemplos, como a implantação de cisternas em propriedades rurais, mas que são solução apenas para criação de suínos em aves.

Há também maus exemplos como a perfuração indiscriminadas de poços, que representam um risco de contaminação às águas subterrâneas, inclusive ao aquífero Guarani.

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– Temos 7.165 poços identificados mas há pelo mensos mais 50 mil poços e alguns deles com contaminação de coliformes fecais – afirmou Freitas.

O professor ressaltou que é necessária uma coordenação das políticas públicas e um planejamento da produção, pois há a necessidade de não extrapolar as criações de animais acima da capacidade de recursos hídricos.

– Tem que haver um limite – disse.

O diretor de prevenção da Secretaria de Estado da Defesa Civil, major Fabiano de Souza, lembrou que, nos últimos 12 anos, houve 1.003 decretos de estiagem. Só em dois anos não ocorreram decretos deste tipo. Somente em 2006 foram 194 decretos, com grandes perdas na safra de grãos.

Souza afirmou que o maior problema é no interior. Na área urbana havia problema em Seara, que foi contornado com um poço no aquífero guarani. Mas ele ressalta que a perfuraçãode poços, muito solicitada pelos municípios, não é a melhor solução.

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Souza disse que existe muita disponibilidade de água no oeste, com rios de grande volume de água como o Uruguai e do Peixe.

A segunda etapa do estudo da Udesc constitui em cinco oficinas regionais para levantar mais informações sobre as ações realizadas durante as estiagens. As reuniões começam às 8h30 sendo que na quinta-feira é na Unoesc em Joaçaba, na sexta-feira na UnC em Concórdia, na segunda-feira na Prefeitura de São Miguel do Oeste, na terça-feira no Colégio Bom Pastor de Chapecó e, na quarta-feira da semana que vem, na Unoesc de Xanxerê.

– As pessoas vão trazer as vivências locais de enfrentamento do problema, disse o secretário de Defesa Civil, Milton Hobus. O relatório da Udesc deve ser concluído até julho e vai subsidiar o Plano Diretor de Combate às Estiagens, que vai orientar as ações públicas para minimizar os efeitos nos períodos de escassez de água.

– A estiagem no Oeste é recorrente, precisamos enfrentar isso – disse o governador Raimundo Colombo.

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