A aguardada reestreia de Two and a Half Men ocorreu na noite desta segunda-feira (19), nos EUA, pelo canal CBS. No Brasil, a volta da série, agora com Ashton Kutcher no lugar de Charlie Sheen, está prevista para o dia 9 de novembro pelo canal pago Warner.

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Abaixo, segue a avaliação da jornalista Larissa Roso, que está nos EUA e assistiu à premiere do novo episódio:

Ashton Kutcher entrou em cena molhado, em minutos despiu-se até o limite da cueca e, ao final do episódio de meia hora, apresentava-se como veio ao mundo – as partes mais dramaticas devidamente desfocadas, claro. Parece um bom resumo para a estreia do (como definir a figura irretocável do ator?) bonitão, herdeiro da ingrata tarefa de substituir Charlie Sheen em Two and a Half Men, uma das series mais assistidas da TV americana.

O primeiro episódio da nona temporada, exibido na noite desta segunda-feira nos Estados Unidos pela rede CBS, começa com o enterro do antigo protagonista. Em janeiro, atordoado pelas encrencas de sempre na vida pessoal, Sheen abandonou as gravações e forçou a emissora a suspender a atração. Alan (Jon Cryer) discursa no velório do irmão e é interrompido a todo instante por um numeroso time de antigas namoradas do falecido maldizendo o amante incorrigível.

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A casa de praia em Malibu, na California, onde Charlie (personagem e ator compartilhavam o mesmo primeiro nome) abrigou o irmão divorciado e o sobrinho, Jake (Angus T. Jones), precisa agora ser vendida. Enquanto atende potenciais compradores, Alan recebe, por telentrega, a urna com as cinzas enviada pelo crematório. Na impossibilidade de atender as orientações um dia ditadas pelo finado – Charlie queria que a atriz Pamela Anderson engolisse o pó restante da sua existencia -, ele decide depositar os restos no mar. Leva um susto com um vulto que surge à janela, e Kutcher entra em cena enquanto o que sobrou de Sheen voa das mãos de Alan e se espalha pelo chão da sala. Rei morto, galã posto.

O bilionário da internet Walden Schmidt (Kutcher) tentava o suicídio na praia, desistiu por causa da água fria e chega em busca de um telefone. Deprimido, diz que trocava cada moeda de seu US$ 1,3 bilhao pela chance de reconquistar a ex-mulher. Entre uma cena e outra sem roupa e o choro falso – fajuto demais até pra uma comédia debochada – de homem abandonado, o marido da atriz Demi Moore não teve grandes oportunidades para provar que esta à altura da dupla de anfitriões. Walden vai para um bar e tenta remendar o coração partido nos bracos de duas garotas, enquanto Alan encerra a noite se conformando com a tradicional má sorte no setor afetivo.

Roteiros de seriados como Two and a Half Men são montados seguindo uma fórmula fixa que determina quantas piadas devem provocar o riso por minuto, e as lacunas ficam evidentes quando alguém no elenco não segue o ritmo. Poderia-se culpar o texto pouco inspirado que Walden recebeu, mas Alan é cria dos mesmos roteiristas e continua brilhante. Two and a Half Men ganha um rostinho bonito, mas é Cryer quem deve consolar os órfaos de Sheen daqui por diante.

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