Há muitas razões para que você coma algo. A fome é uma delas, mas a conveniência também conta. Pesquisadores dos EUA estão usando o Twitter como uma ferramenta para ajudar a entender não apenas o que comemos, mas por que escolhemos determinados alimentos.
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No estudo, a professora da Universidade do Arizona (EUA), Melanie Hingle, e sua equipe resolveram determinar se a rede social pode ser usada para captar, em tempo real, informações sobre as escolhas alimentares dos usuário e o que está por trás delas. Os fatores mais importantes para as escolhas, de acordo com a pesquisa, foram custo e conveniência.
– Isso nos ajuda a entender o que governa os hábitos alimentares das pessoas e o que é importante do ponto de vista de um programa de alimentação saudável – disse Melanie.
– Se eu vou desenvolver um programa para promover a saúde alimentar das pessoas, eu quero saber o que as motiva a comer o que estão comendo atualmente. Dessa maneira posso criar o programa apropriado – completa.
Na pesquisa, 50 voluntários com idades entre 18 e 30 anos ganharam contas no Twitter específicas para o estudo e postavam tudo o que comiam ou bebiam em tempo real por três dias consecutivos. Havia também uma lista de 24 hashtags para categorizar tipo de comida e a razão para comer. Eles também tiveram que postar fotos de suas refeições.
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Depois de coletar os dados, pesquisadores usaram um programa de computador para mapear as correlações entre o que estava sendo ingerido e o motivo da escolha.
– Nós pudemos visualizar as relações entre comportamento e as razões para estes comportamentos de um jeito que nunca nos foi possível antes. Isso nos permitiu realmente ver que há, de fato, relações e estas relações parecem se alinhar com as da literatura, o que mostra que conveniência e custo estão entre os principais motivadores – diz a pesquisadora.
Segundo Melanie, é bom ficar atento com os hábitos, já que muitos dos comportamentos alimentares são inconscientes ou habituais.
– Tendemos a nos acostumar com um comportamento e nunca mais sair dele, então a pesquisa faz com que você pense sobre o que está te influenciando. Isso pode ajudar a desenvolver novos hábitos ou apenas conscientizar sobre aqueles que não estão se alimentando bem – finaliza.
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Mas esta não é a única maneira de os cientistas usarem o Twitter para melhor entender o comportamento humano e como ele impacta a saúde. Pesquisadores da Universidade de Rochester, em Nova York, também usam a rede social para descobrir como fatores como status sociais, exposições à poluição e até pegar um ônibus ou ir à academia influenciam na saúde. Seguindo milhares de usuários nova-iorquinos por um mês, muitos dos quais tuitavam sua localização, pesquisadores puderam estimar interações entre usuários e seus ambientes.