A aviação turca realizou na sexta-feira à noite ataques aéreos na Síria contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), os primeiros em conjunto com a coalizão liderada pelos Estados Unidos, anunciou neste sábado o ministério turcos das Relações Exteriores.
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“Nossos aviões de caça (…) iniciaram ontem à noite operações conjuntas com as aeronaves da coalizão contra alvos do Daech (acrônimo em árabe para EI), que também representa uma ameaça para a segurança do nosso país”, informa um comunicado de imprensa.
A Turquia, que é acusada de complacência e benevolência para com os jihadistas do EI, lançou no final de julho uma “guerra contra o terrorismo” em duas frentes, tendo como alvo os jihadistas do EI, mas particularmente os rebeldes curdos turcos do PKK em solo turco e no norte do Iraque.
Pressionados, principalmente após um ataque atribuído aos jihadistas que matou 33 jovens ativistas pró-curdos na cidade curda de Suruç, em 20 de julho, os turcos finalmente mudaram de atitude.
Em 24 de agosto, anunciaram que assinaram com os americanos um acordo sobre os termos de sua cooperação militar e técnica contra os jihadistas.
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O acordo da Turquia permitirá integrar os aviões turcos ao sistema controlado aéreo (ATO, Ordem do Tráfego Aéreo) que regula e controla os bombardeios da coalizão contra o EI.
Na semana passada, o secretário americano da Defesa, Ashton Carter, demonstrou sua impaciência diante da lentidão das discussões sobre a entrada efetiva de Ancara na campanha contra o grupo jihadista.
“A luta contra as organizações terroristas é uma questão fundamental em matéria de segurança nacional para a Turquia. Esta luta vai continuar com determinação”, ressaltou o ministério turco.
Acusado pela oposição interna e países estrangeiros, o regime islâmico-conservador da Turquia sempre negou qualquer cumplicidade com os jihadistas do EI.
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No mês passado, a Turquia deu um passo suplementar em sua luta contra o grupo radical, ao autorizar a aviação americana a fazer uso de sua base em Incirlik (centro-sul) para bombardear as posições do EI na Síria.
Mas sua implicação era limitada e a Turquia parecia mais concentrada em sua luta contra os separatistas em sua luta contra os separatistas curdos do Partido de Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Ancara rompeu relações com o regime de Damasco pouco depois da eclosão da guerra civil na Síria, em 2011, apoiando abertamente os rebeldes.
Mas, desde junho de 2014, grupos islâmicos, entre eles o EI, assumiram o controle da maior parte dos principais pontos de passagem entre a Síria e o Iraque, forçando a Turquia a finalmente mudar a sua política muito criticada de neutralidade vis-para-vis o Estado Islâmico.
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BA/amd/mr