A Turquia quer ser “mais ativa” na crise síria nos próximos seis meses porque o “banho de sangue deve parar” e o presidente Bashar Al-Assad “é hoje um dos atores”, declarou neste sábado o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, à imprensa.

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– O derramamento de sangue deve acabar. Bebês, crianças, pessoas inocentes não devem morrer – disse o governo turco. – Esta é a razão pela qual a Turquia será mais ativa na tentativa de impedir que (esta situação) piore nos próximos seis meses – acrescentou sem dar mais detalhes.

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A Turquia se reconciliou recentemente com a Rússia e estreitou seus laços com o Irã. Ambos os países são os principais aliados de Assad, enquanto Ancara sempre exigiu a sua saída.

– Gostemos ou não, Assad é hoje um dos atores” da guerra naquele país e “ele pode trabalhar pela transição – disse Yildirim.

Ainda sobre a guerra na Síria, o premiê considerou que Damasco compreendeu que os curdos “também são uma ameça para a Síria”. Esta foi a primeira reação turca aos ataques sem precedentes da aviação síria em Hassaka (nordeste) contra os curdos.

– É uma situação nova (…) e está claro que o regime sírio compreendeu que a estrutura que os curdos tentam formar no norte (da Síria) começa a ser uma ameaça para a Síria também – declarou Yildirim à respeito do desejo curdo de unificar as regiões sob seu controle, do outro lado da fronteira turca.

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Os aviões de combate do regime sírio atacaram na quinta e sexta-feira áreas controladas pelas forças curdas em Hassaka, cidade parcialmente controlada pelos curdos e o restante pelo regime de Assad.

Esses ataques fizeram com que os Estados Unidos intervissem pela primeira vez diretamente contra o regime sírio, enviando aviões para proteger suas forças especiais que apoiam os combatentes curdos na Síria.

Os combatentes curdos são a força mais eficaz contra os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI).

* AFP