A polícia turca prendeu neste domingo mais de 400 pessoas na maior operação contra o Estado Islâmico (EI) desde o ataque a uma boate de Istambul no ano-novo, reivindicado pelo grupo jihadista.

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Segundo a agência pró-governo Anadolu, 423 pessoas foram presas em operações em todo o país, algumas delas estrangeiros suspeitos de planejar atentados.

Cerca de 150 pessoas foram presas em Sanliurfa, no sudeste, e 47 na cidade vizinha de Gaziantep, fronteira com a Síria, onde os jihadistas estão implantados, segundo a agência Dogan.

Sessenta suspeitos, a maioria estrangeiros, foram detidos em quatro bairros de Ancara e em dezenas de províncias do oeste e leste.

Na habitualmente tranquila cidade de Izmir, nove pessoas que iam e voltavam da Síria e são suspeitas de planejar ataques na cidade costeira foram detidas, informou a Anadolu.

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Um dos suspeitos, um sírio identificado pelas iniciais E.A., teria entrado em contato com traficantes para ajudar membros do EI a viajar para a Europa, segundo a agência.

Dezoito pessoas foram presas em Istambul e na província vizinha de Kocaeli, também suspeitas de preparar um atentado. A agência informou que 14 estrangeiros, entre eles 10 crianças, serão expulsos.

– Maior operação desde o ano-novo –

Esta é a maior operação policial contra supostos membros do EI desde o massacre do ano-novo, quando 39 pessoas, a maioria turistas de países árabes, morreram no ataque de um homem armado que entrou em uma boate da moda em Istambul.

A autoria do massacre foi reivindicada pelo EI, e, após uma operação de busca, a polícia prendeu em 16 de janeiro o suposto autor do ataque, Abdulgadir Masharipov, do Uzbequistão.

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Um tribunal de Istambul ordenou na última sexta-feira a prisão de 10 pessoas, antes de iniciar o julgamento do ataque do ano-novo, ao qual comparecerá, entre outros, Zarina Nurullayeva, mulher do suposto autor.

Segundo a imprensa turca, ela teria dito aos investigadores que não tinha “nem ideia” de que o marido preparava um atentado.

Em 2016, a Turquia sofreu uma série de ataques atribuídos ao EI ou a separatistas curdos, que deixaram centenas de mortos.

Desde o fim de agosto, tropas turcas participam de combates no norte da Síria contra o grupo Estado Islâmico.

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Os aliados ocidentais da Turquia acusaram o país, em várias ocasiões, de não fazer o suficiente para evitar a entrada dos jihadistas e a criação de células do EI.

O governo turco nega e afirma que, desde 2013, considera o EI um “grupo terrorista”. No entanto, observadores indicam que as autoridades só começaram há alguns meses a lutar com firmeza contra o EI, e que a captura de Masharipov pode resultar em informações de inteligência valiosas.

sjw/pc/age/lb