O exército turco mobilizou dezenas de soldados e veículos blindados na província síria de Idlib, para instaurar uma zona de distensão e acabar com os combates nesta região controlada pelos extremistas.

Continua depois da publicidade

A operação de Ancara também parece ter como objetivo impedir a expansão na região norte da Síria das milícias curdas, apoiadas pelos Estados Unidos na luta contra os jihadistas, mas consideradas grupos “terroristas” pela Turquia.

“No dia 12 de outubro começamos as obras de instalação dos postos de observação”, afirmou o Estado-Maior turco em um comunicado. Segundo a imprensa turca, um comboio militar com blindados chegou na quinta-feira à noite à província de Idlib.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, confirmou a entrada na Síria de “nossas Forças Armadas, com o exército sírio livre”, nome dado por Ancara a uma facção rebelde.

Continua depois da publicidade

A operação acontece em um momento de avanço na relação melhor entre a Turquia, que apoia os rebeldes, e a Rússia, aliada do regime sírio, que negociaram com o Irã um acordo em Astana, capital do Cazaquistão, que prevê quatro zonas de distensão, uma delas em Idlib.

No dia 8 de outubro, o exército turco iniciou operações de reconhecimento para estabelecer a zona de distensão de Idlib.

Segundo o jornal Hürriyet, 30 veículos blindados que transportam uma centena de soldados turcos, entre eles membros das forças especiais, atravessaram a fronteira durante a noite e chegaram a Idlib na madrugada de sexta-feira.

Continua depois da publicidade

Segundo a imprensa turca, o acordo negociado em Astana prevê a instalação pela Turquia de 14 postos de observação, para os quais serão mobilizados até 500 soldados no total, na província de Idlib.

Erdogan anunciou na semana passada o início de uma operação em Idlib, província em grande parte controlada pela Tahrir al-Sham, uma coalizão jihadista integrada essencialmente pelo antigo braço da Al-Qaeda no país.

Mas à medida que a guerra na Síria se eterniza, a Turquia parece mais preocupada com as atividades das milícias curdas YPG – braço armado do PYD, os nacionalistas curdos sírios – no norte do país.

Continua depois da publicidade

Um dos objetivos da mobilização turca parece ser o de dissuadir qualquer desejo de expansão das YPG. Estas milícias são apoiadas pelos Estados Unidos para combater o grupo Estado Islâmico (EI). A Turquia, no entanto, considera os grupos curdos uma extensão na Síria dos separatistas curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que Ancara combate desde 1984 no sudeste do país.

A Turquia iniciou no ano passado uma grande ofensiva no norte da Síria, que tinha como alvos o EI e as YPG.

A guerra na Síria provocou mais de 330.000 mortes e deixou milhões de deslocados e refugiados desde 2011.

Continua depois da publicidade

* AFP